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Negócios

Educação e boa operação de programas de incentivo podem impulsionar TI

Estudo coloca o Brasil no 15º lugar em ranking mundial de globalização de Tecnologia da Informação e Comunicação

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Educação e boa operação de programas de incentivo podem impulsionar TI

Acertar a mão nos programas de incentivo e investir em educação de qualidade podem ser as ferramentas necessárias para elevar o posto da globalização de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do Brasil em um ranking mundial. As sugestões são de especialistas da área, que analisaram os pontos fortes e fracos no País na pesquisa da Economist Intelligence Unit (EIU), que avalia a globalização de TIC, na qual o Brasil ocupa o 15º lugar entre 20 nações.

O estudo indica a fraca infraestrutura digital como obstáculo para o fluxo de investimentos no País. O coordenador de cursos de MBA na Faculdade FIAP, Enock Godoy, concorda com o ponto apresentado na pesquisa, mas cita a mão de obra brasileira como principal responsável pelo desempenho do País no ranking. "A infraestrutura está ainda muito aquém dos países desenvolvidos. Mas, imagina uma empresa multinacional que queira investir no setor de TIC. Ela vai olhar para o Brasil e verá um país que tem uma deficiência grave em mão de obra qualificada e encarece o custo", avalia.

De acordo com o professor, a baixa quantidade de profissionais no setor de TIC impacta na vinda de empresas estrangeiras, que se deparam, também, com a falta de fluência em inglês dos trabalhadores. A consultoria IDC, por exemplo, estima que o mercado brasileiro tenha carência de quase 40 mil profissionais da área, número que deve saltar para 117 mil até 2015.

O estudo mostra, por exemplo, que no quesito "Pesquisa e Desenvolvimento", o Brasil aparece em 13º lugar. Para Godoy, a avaliação pode ser comprovada com o baixo número de patentes registradas no País, fruto do fraco histórico brasileiro de propriedade intelectual.

A gerente do Observatório Softex, Virgínia Duarte, acredita que o método de análise do estudo da EIU dificultou a competição dos países, já que a pesquisa comparou as nações desenvolvidas com aquelas em desenvolvimento. Para ela, o Brasil ainda tem posição de mercado consumidor. "O Brasil não é um grande ofertante [de soluções em TIC], mas porque é um País que não tem condições adequadas para capturar as vantagens do uso das TICs. A gente luta para ter indústria própria, conseguir melhorar o uso de TIC no mercado brasileiro e os recursos ainda são baixos por causa do preço da infraestrutura que temos", indica.

Para Virgínia, o Brasil tem caminhado no sentido de melhorar o setor nacional, investindo, por exemplo, em programas como a Lei de Informática. No entanto, ela acredita que a falha está na operação desses incentivos. "Algumas das políticas governamentais implantadas talvez precisassem ser mais agilizadas. Precisam acontecer mais rapidamente. Nós temos as iniciativas, mas precisamos de um pouco mais de azeite para as peças funcionarem mais organizadas e terem sucesso", avalia. De acordo com a gerente do Observatório Softex, as falhas estão em detalhes de execução e não nas ideais e propostas gerais. 

A profissional indica, ainda, que existe sim abertura comercial para empresas estrangeiras do setor, mas que o ambiente de negócios brasileiro não é amistoso por si só. Ainda assim, ela sugere. "É necessário um esforço importante de atração de concorrentes estrangeiros para que o Brasil aprenda com eles e ganhe em conhecimento". 

A gerente do Observatório Softex ainda cita o bom desempenho do mercado de softwares e serviços brasileiros, mas ressalta a necessidade de correr atrás da defasagem na área de hardwares.

Virgínia ainda avalia que o mercado brasileiro entendeu a importância de investir em TIC. "Existe uma relação forte entre os investimentos em TIC e a possibilidade de melhoria dos demais setores econômicos", indica. 

Além disso, Enock Godoy reforça a necessidade de qualificar a mão de obra brasileira no setor, com destaque, principalmente, para as áreas de matemática e de engenharia. 

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