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Editorial

Movido pela eficiência

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Movido pela eficiência

No meu convívio de 35 anos como amigo de Antônio Ermírio de Moraes, tive muitas oportunidades para aprender e me surpreender. Nada, porém, me seduziu mais do que o fato do meu amigo sempre comunicar os planos de expansão de seus negócios aos concorrentes. Logo na primeira vez que vi isso, fiquei intrigado e perguntei a ele:

- Antônio, qual é a lógica de você expor o que vai fazer justamente aos seus concorrentes?

- Muito simples. Se eles fizerem melhor do que eu, é porque são bons e eu sou ruim. Será um importante sinal para eu e minha equipe melhorarmos.

É isso mesmo. Antônio Ermírio era movido pela ideia de produtividade. Ele buscava eficiência e qualidade em tudo o que fazia. Certa vez, decidiu literalmente desmontar sua fábrica de alumínio porque a qualidade não atingira o nível que ele desejava e que julgava que o mercado exigia. Nunca vi um empresário jogar por terra a própria empresa para buscar o melhor e poder competir. Mas assim foi feito. Construída a nova fábrica, a CBA passou a exportar para os países mais exigentes. No mundo inteiro.

Outra marca que me impressionou o tempo todo: toda vez que a economia desaquecia ou entrava em recessão, Antônio Ermírio passava a investir em tecnologia. Passada a tormenta, suas empresas estavam atualizadas e prontas para produzir, competir e vencer.

Ele chegou a escrever peças de teatro para enaltecer a produção e combater a especulação. E, com isso, ganhou a Cadeira 23 da Academia Paulista de Letras. Enaltecia sempre a necessidade de o Brasil produzir mais para combater a inflação. Essa era a sua filosofia.”

José Pastore é presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da FecomercioSP.

Artigo publicado na revista Exame em 28/8/2014, seção Geral.

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