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Imprensa

Marcas brasileiras devem explorar imagem do país e diferencial do produto

Dicas e entraves para a internacionalização de empresas brasileiras foram debatidos no Fórum Negócios da Moda, realizado nesta terça-feira (28) pela FecomercioSP em parceria com o Estadão

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Marcas brasileiras devem explorar imagem do país e diferencial do produto

A presença das marcas brasileiras do setor de moda no exterior é possível e depende de fatores como a consolidação da imagem do país e o diferencial do produto exportado. Como exemplos de marcas brasileiras bem-sucedidas na exportação estão as de propriedade da estilista e empresária Patricia Bonaldi e a Paquetá The Shoe Company (dona das marcas Dumond, Capodarte e Lillys). Representantes das duas empresas detalharam o processo de internacionalização e as dificuldades encontradas no Fórum Negócios da Moda, realizado nesta terça-feira (28) pela FecomercioSP em parceria com jornal O Estado de S. Paulo, na sede da Federação.

Patricia Bonaldi, que iniciou o processo de internacionalização das suas quatro marcas em 2010, destacou que é preciso perseverança e empenho no desenvolvimento de produtos com elementos que os diferenciem do que já é ofertado. “Exportar é muito competitivo, pois a marca compete com o mundo todo e é preciso algo que saia do comum para atrair o cliente. Tenho tentado ultrapassar dificuldades que conhecemos bem, como insumos caros e impostos altos, para sermos mais competitivos, mas o principal é ter um produto com diferencial”, disse a estilista.

O responsável pela Paquetá The Shoe Company, Gerson Vaccari, comentou sobre a trajetória da companhia, fundada em 1945. A empresa iniciou as exportações na década de 1970 a partir de negócios iniciados nos Estados Unidos. Hoje, a companhia possui 35 lojas fora do Brasil – uma delas no Dubai Mall, em Dubai, o maior shopping do mundo. “Produzimos 4 milhões de pares para marcas de terceiros e, desse número, 50% são para a marca internacional Tori Burch”, conta Vaccari. Além da produção para terceiros, a companhia possui a marca própria Dumond, criada em 1980 e que já faz sucesso no mercado exterior.

Segundo ele, o diferencial que atrai os consumidores em outros países é a incorporação de itens ligados à imagem do Brasil, como a alegria (presente nas cores) e a sensualidade (que pode ser vista nas curvas dos produtos). “Os sapatos na Europa são muito sérios, enquanto os nossos são mais alegres”, comentou. Ele ainda relatou a importância de participar de feiras fora do país, como a de Milão, onde o grupo marca presença há mais de 10 anos, além de Las Vegas e Dusseldorf. “As feiras abrem portas, mas é um processo contínuo”, observou.

Imagem do Brasil no cenário internacional

Segundo pesquisa realizada em 2012 pela Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em 16 mercados internacionais, o mundo vê o Brasil por meio de atributos como alegria e a beleza dos recursos naturais e da população. “São atributos sólidos e positivos, mas queremos fortalecer o nosso posicionamento por meio de atributos como um País tecnológico, sustentável, comprometido e criativo”, pontuou a analista de Negócios Internacionais da Apex Brasil, Isabel Tarrisse da Fontoura.

Com esse objetivo, a agência lançou neste ano a campanha “Brasil Beyond” para mostrar “um Brasil que vai além das expectativas”. A campanha teve início em julho, em uma semana de moda dos Estados Unidos. Em setembro, passou pela semana de moda em Paris - de olho no mercado europeu - e, em novembro, irá para a semana de moda em Xangai - visando o mercado asiático.

“A Apex conta com uma área de inteligência comercial para apoiar as empresas no estudo dos mercados internacionais e na percepção de oportunidades. Nossas ações estão focadas em levar as empresas brasileiras a eventos no exterior e também em fortalecer as empresas nos quesitos design, sustentabilidade e outros temas de competitividade empresarial”, relatou Isabel. Hoje, são mais de 12 mil empresas que recebem apoio da Apex. Do setor da moda, são sete projetos, que incluem exportações de componentes de calçados até gemas e metais preciosos e toda a cadeia têxtil.

Paulo Borges, CEO da Luminosidade, diretor criativo da SPFW (São Paulo Fashion Week) e moderador do painel, destacou que a moda passa por um processo de mudanças no mundo inteiro. Paulo Borges comentou sobre a importância de eventos como a semana de moda brasileira, que serve como plataforma para gerar o desejo de consumir a moda e construir a marca no longo prazo. “Com a internet e as mídias sociais, hoje o alcance dos desfiles é global. Chega a lugares que antes não chegava e com mais força. As redes sociais beneficiam muito a moda porque moda é imagem; basta a informação visual para gerar o desejo para isso”, disse.

A competição com o mercado asiático, especialmente a China, foi comentada pelos especialistas. Segundo Isabel, da Apex, o mercado chinês deve ser visto como oportunidade para as empresas brasileiras e não apenas como concorrente porque é um mercado que também consome muito, apresentando um grande potencial de vendas para as marcas brasileiras também. Como exemplo, a Paquetá The Shoe Company iniciou um projeto em parceria com uma grande rede de lojas em Hong Kong que trabalha com marcas conceituadas, como Prada e Dolce & Gabbana, para comercializar os produtos da marca Dumond.

Os altos custos de produção e exportação e a dificuldade de inovar no desenvolvimento de novas matérias-primas também foram apontados como entraves para o avanço na internacionalização das marcas brasileiras.

O encontro aconteceu nesta terça-feira (28) e reuniu 555 participantes, entre empresários, estudantes e profissionais do setor.

Para saber mais informações sobre o Fórum Negócios da Moda, clique aqui.

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