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Economia

IRBEM aponta melhora na satisfação do paulistano com qualidade de vida

Nota média atribuída pelos entrevistados ficou em 5,1, revelando uma pequena melhora em relação à pesquisa do ano anterior (2013), quando a nota foi 4,8.

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IRBEM aponta melhora na satisfação do paulistano com qualidade de vida

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e a Rede Nossa São Paulo apresentaram nesta quinta-feira (22) a 6ª edição da pesquisa Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM). A pesquisa, realizada pelo Ibope, aponta o nível de satisfação dos paulistanos em relação à qualidade de vida e ao bem-estar na cidade. Participaram do evento, no Teatro Raul Cortez, o presidente do Conselho de Desenvolvimento Local da FecomercioSP, Jorge Duarte, o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, a CEO do Ibope, Márcia Cavallari, o professor de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

No levantamento, a nota média atribuída pelos entrevistados ficou em 5,1, revelando uma pequena melhora em relação à pesquisa do ano anterior (2013), quando a nota foi 4,8. Mas o índice ainda encontra-se abaixo do valor médio da escala (5,5), que varia de 1 a 10. O IRBEM aborda 25 temas, tanto os relacionados às condições objetivas de vida na cidade – nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, habitação e trabalho – quanto os ligados a questões subjetivas, como sexualidade, espiritualidade, consumo e lazer. A pesquisa foi realizada entre 24 de novembro e 8 de dezembro de 2014, com 1.512 pessoas que moram em São Paulo com 16 anos de idade ou mais. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

“A Fecomercio também tem como meta contribuir com o desenvolvimento da cidade e do país, porque além de tratar de problemas dos afiliados tem um conjunto de conselhos especiais que dão encaminhamento em temas como economia, turismo, desenvolvimento sustentável”, explicou Jorge Duarte, da FecomercioSP, na abertura do evento. Duarte destacou que o conselho presidido por ele, o do Desenvolvimento Local, reúne grupos de líderes comunitárias para, em conjunto, trabalhar o desenvolvimento dos bairros. “É uma das principais bandeiras do Conselho o desenvolvimento e implementação de Plano de Bairro, porque é nesse espaço que o cidadão pode interagir, pensar o espaço e buscar esses soluções para os problemas que afetam o seu entorno”, completou.

Para Duarte, “a  expectativa com a divulgação desses indicadores é orientar as ações dos poderes público e privado e a sociedade para fortalecer os planos de bairro como um importante instrumento de planejamento urbano. É um apoio para que se avance em benefício do cidadão paulistano e da cidade de São Paulo”.


Crise hídrica

Pela primeira vez, a pesquisa incluiu questões sobre a crise de abastecimento da água. Para 82% dos entrevistados, é grande o risco da cidade ficar sem água por longos períodos nos próximos meses. Outros 13% consideram o risco pequeno e apenas 3% avaliam que o problema não ocorrerá. Questionados sobre quem seria o principal responsável pela crise no abastecimento de água na cidade, 42% atribuíram a situação à falta de planejamento do Governo (ou governador) do Estado de São Paulo.  Para 29%, a situação é provocada pela falta de chuvas nas represas, enquanto 15% responsabilizam a falta de planejamento da Sabesp.

Oded Grajew, coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, destacou que a pesquisa é um instrumento poderoso de planejamento e ação. “O resultado do levantamento diz ao poder público e à sociedade o que fazer para melhorar a qualidade de vida em São Paulo.” Ele alertou que o atual modelo de desenvolvimento, se não for mudado, irá provocar um grande desastre. “Precisamos encontrar um novo caminho para nos relacionar com o meio ambiente, em especial com a água.”

De acordo com Márcia Cavallari, do Ibope, “o novo levantamento revela também uma queda no nível de confiança [por parte da população] em todas as instituições”. As instituições que os paulistanos menos confiam são: Prefeitura de São Paulo (30%), Tribunal de Contas do Município (27%) e Câmara Municipal (21%).

 
Área relacionada à política recebe a pior avaliação

Ao comentar os resultados da pesquisa, o professor Janine Ribeiro apontou que a maior insatisfação demonstrada pelos paulistanos é em relação à política. “Se temos notas tão ruins nessa área [transparência e participação política], isso parece influenciar o restante”, avaliou. A nota média atribuída para itens relacionados ao tema ficou em 3,1.

"Tudo aquilo que diz respeito à vida mais limitada [família, religião, relações humanas] é a esfera em que nos damos melhor. A esfera do diferente, das diferenças e do convívio político é onde vamos pior", comparou.

Janine Ribeiro também abordou a crise da água em sua análise. Segundo ele, o Estado [de São Paulo] tem tido uma postura muito tímida na questão. “A situação é crítica e preocupante”, registrou.


Haddad aponta “tripé” de iniciativas prioritárias

Presente ao evento, o prefeito Fernando Haddad relatou que as três prioridades da primeira metade de sua gestão foram a renegociação da dívida do município com a União, a ampliação dos recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados à capital paulista, por meio de convênios com o governo federal, e a aprovação do Plano Diretor Estratégico da cidade.

Segundo Haddad, esse “tripé” de iniciativas é a base para que a cidade possa ser planejada. “Em São Paulo, se não planejar o longo prazo, você estará rifando o futuro das novas gerações.”

Com as três prioridades cumpridas, ele prevê que a partir de junho deste ano a cidade deverá passar por grandes mudanças. “Hoje, temos R$ 9 bilhões em convênios do PAC para obras, parte já contratada e parte em licitação e licenciamento”, relatou.

Para o prefeito, um dos desafios revelados pela pesquisa é a participação da sociedade. “Essa participação tem que encontrar canais para acontecer”, apontou ele, relembrando algumas ações de sua gestão nessa área, como a criação do Conselho Participativo e de outros conselhos, além das inúmeras audiências públicas realizadas.


 

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