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Imprensa

Presentes do Dia das Mães devem ser mais modestos neste ano, aponta levantamento da FecomercioSP e Boa Vista SCPC

De acordo com estudo elaborado pela FecomercioSP e Boa Vista SCPC, itens mais caros, como bens duráveis, devem ficar em segundo plano

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Presentes do Dia das Mães devem ser mais modestos neste ano, aponta levantamento da FecomercioSP e Boa Vista SCPC

O Dia das Mães promete ser mais modesto em relação ao ano anterior devido ao cenário econômico. Os presentes tendem a se concentrar em roupas, calçados, bijuterias, bolsas, acessórios e flores. E você? Já comprou o seu presente? O que mais pesou na escolha?

Pais e filhos, em geral, serão mais cautelosos na hora da compra em razão do quadro atual do País: menor oferta de crédito, juros altos, inflação elevada e incertezas relacionadas ao mercado de trabalho.

Os números da Páscoa já não foram animadores, apontando queda de 0,3% nas vendas em relação ao ano passado, conforme divulgado pela Boa Vista SCPC.

Segundo cenário traçado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em parceria com a Boa Vista SCPC, as famílias estão mostrando pouca disposição para contrair novas dívidas, como tem mostrado o Indicador de Demanda por Crédito do Consumidor da Boa Vista SCPC.

Já as que buscam novos empréstimos, de maneira geral, estão com dificuldade para fechar o orçamento doméstico, conforme apontado pelos últimos dados da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) da FecomercioSP. Assim, na medida do possível, as famílias devem priorizar pagamentos à vista ou parcelamento sem juros - e evitar o crediário, portanto -, o que significa uma compra maior de itens de menor valor.

Entre os itens mais vendidos no Dia das Mães apontados nas sondagens realizadas nos anos anteriores estão: Vestuário, Perfumes e cosméticos, Flores, Calçados, Bolsas e acessórios, Joias e bijuterias, Eletrodomésticos (forno micro-ondas, ar-condicionado, liquidificador, fogão) e Eletrônicos (celular, tablet, televisão). Artigos que, de maneira geral, pertencem a setores que acenderam as luzes amarelas - em alguns casos, vermelhas - nos últimos meses.

Devido à retração de crédito ao consumo, o cenário é desfavorável para o setor de Eletrodomésticos e Eletrônicos, que, no Estado de São Paulo, apresentou queda de 12,3% em 2014 de acordo com dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV). Na capital, a queda foi de 8,5%. Em janeiro de 2015, a atividade no Estado de São Paulo mostrou queda de 2,8% do faturamento na comparação com o mesmo período do ano passado. Na capital, a retração foi ainda maior, de 7,9%.

Em linha com a PCCV, outra pesquisa da FecomercioSP afirma que o momento não é considerado oportuno pelas famílias paulistanas para a aquisição de eletrodomésticos e eletrônicos. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu, em março de 2015, 105,7 pontos, o nível mais baixo da série histórica iniciada em janeiro de 2010, e o componente Momento para duráveis atingiu 82,3 pontos e está inferior aos 100 há 11 meses. Uma redução na procura por bens duráveis, cujos preços são relativamente mais elevados, somada a uma maior proporção de pagamentos sem juros, deve levar a uma queda do valor médio do presente.

Perfumes e cosméticos importados também não aparecem como uma boa opção diante da alta do dólar. Embora os preços desses itens tenham subido menos do que a inflação nos dozes meses encerrados em março - artigos de maquiagem apresentaram alta de 3,4%, e perfumes, de 4,8% -, eles registraram altas expressivas em fevereiro e março, influenciados pela valorização da moeda americana - nos dois meses, perfumes e cosméticos já acumulam alta de 2,6%.

Com isso, pais e filhos provavelmente evitarão a compra de itens desses segmentos e os presentes tendem a se concentrar em roupas, calçados, bijuterias, bolsas, acessórios e flores.

Entretanto, as flores, na capital paulista, estão mais caras do que em 2014. Comprometidas por fatores como a alta do dólar, clima desfavorável e o aumento do custo de transporte, elas subiram 8,9% no acumulado em 12 meses até março, ante uma inflação média de 7,8% no mesmo período.

Já o setor de Vestuário enfrenta um período bastante difícil - retração de 14,5% do faturamento em janeiro na comparação com o ano passado, segundo dados da PCCV para o estado de São Paulo; na capital a queda foi maior, de 26,8%. Em 2014, o faturamento do setor havia registrado queda de 4,2% no estado e de 3,9% na capital. O fraco desempenho das vendas estimulam promoções e seguram os preços do setor, que vêm crescendo abaixo da inflação. Segundo dados do IPCA, o item Roupa Feminina apresentou queda de 0,4% em 12 meses; bolsas subiram, em média, 1,3%; sandálias femininas, 3,2%; Joias e bijuterias, 3,8%.

Para a FecomercioSP e a Boa Vista SCPC, as últimas datas comemorativas do comércio evidenciam um consumidor mais cauteloso com o seu orçamento e mais maduros em suas tomadas de decisões de consumo. O baixo desempenho das vendas na primeira data comemorativa relevante para o comércio, a Páscoa, pode ser considerado como uma prévia para as datas vindouras.

Mesmo com o atual cenário, por parte dos lojistas, o Dia das Mães, especificamente, pode representar uma oportunidade para o setor recuperar as vendas, de modo que podem surgir promoções interessantes.

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