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Economia

Habitação eleva custo de vida do paulistano em março, aponta FecomercioSP

Responsável por praticamente 60% do aumento geral do índice, o grupo foi influenciado por mais um aumento do custo da energia elétrica

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Habitação eleva custo de vida do paulistano em março, aponta FecomercioSP

No terceiro mês de 2015, o Custo de Vida por Classe Social (CVCS), pesquisa feita mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) superou o 1,26% de alta em fevereiro e registrou elevação de 1,55%. Foi a maior aceleração mensal de preços da série histórica do índice, iniciada em dezembro de 2010.

Em 2015, o indicador já acumula altas de 4,07% e, nos últimos 12 meses, de 7,63% - maiores do que as notadas em março de 2014: 0,91% no mês, 2,5% no ano e 6,4% em 12 meses.

Para a assessoria econômica da FecomercioSP o custo de vida elevado na região metropolitana de São Paulo já era previsto, mas as altas vão além do esperado sazonalmente para o início do ano, consequência do avanço rápido dos preços de serviços, principalmente do encarecimento de custos básicos como energia elétrica. O item respondeu por mais da metade da inflação de março. Também contribuíram para a alta os aumentos observados em alimentos e combustíveis - estes ainda refletindo uma parte do aumento nas alíquotas do PIS/Cofins que entrou em vigor em 1º de fevereiro -, o que diminui o poder de compra, especialmente dos consumidores de menor renda.

Habitação foi responsável por praticamente 60% do aumento geral do índice, encerrando o mês com alta de 5,41%. A segunda maior influência foi o grupo Alimentação e bebidas - com alta de 0,94%, representando 13,6% do resultado geral - seguido pelo segmento Transportes, com elevação de 0,85%, representando 11,7% da alta do custo de vida em março. Dos nove grupos que compõem o índice, apenas Comunicação apresentou queda nos preços (-1,29%).

Com relação às faixas de renda, as classes que mais sentiram o aumento do custo de vida foram a E (1,7%) e a D (1,69%), em virtude da elevação nos grupos Habitação, Alimentação e bebidas e Transportes, que têm maior peso no orçamento das famílias de menor renda. Já as classes A, B e C foram as menos prejudicadas, com altas de 1,23%, de 1,49% e de 1,56%, respectivamente.

IPV
O Índice de Preços do Varejo (IPV), indicador que compõe a CVCS e mede a variação no preço dos produtos, avançou 1% em março e já parece sinalizar o início de uma tendência de desaceleração. No acumulado dos últimos 12 meses, houve elevação de 5,14%; e no do ano, um crescimento de 2,71%.

O principal responsável pela elevação do indicador foi o grupo Transportes, com alta de 1,08%. Nesse grupo, a gasolina (com elevação de 1,24%), respondeu por 10,6% da variação do grupo. O segmento Alimentação e bebidas respondeu por 25% do encarecimento do mês, com alta de 0,97% em relação a fevereiro. O vilão foi o ovo de galinha, com aumento de 32,8% nos preços, responsável por 30% do aumento do segmento, que acumula aceleração de 3,17% em 2015 e de 7,51% no acumulado em 12 meses.

IPS
Já o Índice de Preços de Serviços (IPS), que também constitui a pesquisa, registrou elevação de 2,14% em março, o maior desde dezembro de 2010 - quando iniciou a série histórica - e alta de 10,31% no acumulado em 12 meses. O grupo que mais contribuiu foi Habitação, com alta de 6,68%, influenciado por mais um aumento do custo da energia elétrica residencial (25,63%). Se a gasolina ganhou destaque na aceleração dos preços dos produtos em março, a energia elétrica residencial desempenhou esse papel em serviços, com contribuição em torno de 80,6% na alta do IPS de março.

Também registraram alta: Alimentação e bebidas (0,9%); Artigos de residência (0,98%); Transportes (0,42%); Saúde e cuidados pessoais (0,76%); Despesas pessoais (0,41%) e Educação (1,1%).

Na análise da Entidade, os preços não devem recuar a curto prazo, pois ainda estão por vir aumentos nas contas de luz, além do botijão de gás e dos reajustes de Saúde que ocorrem nesta época do ano. É importante ressaltar que o boletim Focus do Banco Central projeta um aumento de 8,2% do IPCA - medidor oficial da inflação brasileira mensurado pelo IBGE - no encerramento de 2015. O indicador já acumula variação de 8,13% nos últimos 12 meses.

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