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Negócios

Aparecida luta para viabilizar negócios além dos muros da basílica

Cidade é abrigo do maior santuário mariano do mundo e chega a receber 12 milhões de visitantes por ano

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Aparecida luta para viabilizar negócios além dos muros da basílica

Por Raíza Dias

Cidade sanfona. Assim pode ser definido o município de Aparecida, no interior de São Paulo, que teve sua construção econômica baseada no mercado da fé, característica que lhe rendeu a identidade peculiar de inchar e esvaziar repentinamente todas as semanas. Com aproximadamente 36 mil habitantes, distribuídos por uma área de 121 mil quilômetros quadrados, a cidade chega a receber 12 milhões de visitantes por ano.

A fé é o principal motor econômico de Aparecida. Além das lojas alocadas na própria basílica, há comércio por todo o seu entorno. São hotéis, restaurantes, lojas e feira de ambulantes, todos dispostos a atender os turistas que chegam. A economia movida pela religião faz girar, por ano, aproximadamente R$ 1,4 bilhão na cidade, montante 14 vezes superior ao próprio orçamento municipal.

Para a Secretaria de Indústria e Comércio de Aparecida, essa identidade do município se tornou o foco das políticas para avanço econômico local, como explica o secretário da pasta, Marcos Willian dos Santos. "A melhor maneira de alavancar a economia local é dar total assistência aos estabelecimentos comerciais da cidade, fazendo parcerias para capacitação e modernização. Assim, procuramos junto com a Secretaria de Turismo fomentar as atividades hoteleira, comercial e alimentícia", comenta.

Os dados comprovam a força do setor de comércio na cidade. Números da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram que quase 60% da atividade econômica local se apoiam nos estabelecimentos comerciais. A indústria aparece com menos de 6% do total. As micros e pequenas empresas são maioria, com 96,8% do total de companhias ativas na cidade. 

Além da basílica
Aparecida vai além dos muros do santuário. Colocar essa realidade em prática, no entanto, tem sido um desafio dos moradores e empresários da região. Uma pesquisa de campo feita pela empresa Design Echos, em parceria com a distribuidora de energia EDP Bandeirante, mostrou que um dos principais problemas é a falta de estabelecimentos para atender os moradores da cidade, como cita a cofundadora da empresa, Juliana Proserpio. “A maioria dos moradores de Aparecida trabalha em atividades ligadas ao turismo religioso, mas não gasta na cidade. Eles ganham dinheiro em Aparecida e gastam em cidades vizinhas, ocasionando uma evasão grande de capital”, assinala.

Nos últimos dez anos, olhar para o morador tem sido uma oportunidade de negócio na cidade. É o que indica o gerente do Escritório Regional do Sebrae-SP em Guaratinguetá, Ricardo Calil. “De lá para cá, esse movimento tem mudado a partir do movimento do empreendedorismo. A cidade começou a receber várias lojas e redes, o que manteve o cidadão de Aparecida dentro da cidade para comprar.” 

Os comerciantes locais, no entanto, ainda enfrentam dificuldades. Segundo Juliana Proserpio, há o desafio econômico de potencializar outras atividades. “Muitos jovens saem da cidade para estudar e, quando voltam, não conseguem aplicar ideias no turismo religioso porque os próprios donos dos negócios são muito tradicionais e resistentes a novidades. Por isso, há evasão de talento em Aparecida”, comenta. Faltam ainda opções de lazer, entretenimento, cultura e educação para os moradores, áreas que poderiam ser exploradas por empresários. 

Para empreendedores de olho em Aparecida, especialistas reforçam: público e espaço para inovar nos negócios não faltam. 

Confira a matéria da íntegra, publicada na edição 39 da revista C&S, clicando aqui.

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