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Economia

Aumento da taxa Selic para 14,25% controla as expectativas inflacionárias, mas agrava ainda mais o quadro fiscal

Para a FecomercioSP, diante da inflação elevada e da alta do dólar, o Banco Central se viu obrigado a subir novamente a taxa de juros

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Aumento da taxa Selic para 14,25% controla as expectativas inflacionárias, mas agrava ainda mais o quadro fiscal

O Banco Central aumentou mais uma vez em 0,5 ponto porcentual a taxa básica de juros, que, com isso, passou de 13,75% para 14,25%, a maior desde agosto de 2006. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), esse aumento, de um lado, encarece o crédito e, consequentemente, enfraquece ainda mais a demanda de consumidores e empresas, dificultando assim novas elevações de preços. De outro, ele tem um papel importante no controle das expectativas inflacionárias.

A Entidade afirma que, em um momento de crise econômica, instabilidade política e dificuldade do Governo de implementar o ajuste fiscal, para conquistar a credibilidade dos agentes econômicos e não deixar dúvidas sobre sua intolerância em relação à inflação, o Banco Central se viu obrigado a subir novamente a taxa Selic, que deve agora se manter no atual patamar por alguns meses.

Para a FecomercioSP, se a alta da taxa de juros tem um papel importante na ancoragem das expectativas, para evitar que aumentos de preços administrados e da taxa de câmbio contaminem os demais segmentos da economia, é inegável também a transferência de renda que a elevação promove. Em uma economia em recessão, consumidores e empresas estão pagando juros cada vez maiores, enquanto crescem também os serviços da dívida pública. Além disso, com a taxa Selic mais alta, aumenta o esforço fiscal necessário para estabilizar a trajetória da dívida.

A inflação segue pressionada e a Federação sempre reconheceu a necessidade de combatê-la com todos os instrumentos disponíveis, dado o alto custo que ela representa para a sociedade em termos de perda de poder de compra. Por outro lado, a Entidade sempre enfatizou também a necessidade de avanços mais agressivos na questão fiscal, principalmente no corte de gastos, o que diminuiria o custo do ajuste e o peso dado à política monetária.

Na análise da FecomercioSP, a cada mês o cenário piora, caem mais as vendas do comércio, a confiança de consumidores e empresários, os ajustes não avançam e aumenta o risco de o Brasil perder o grau de investimento, o que agravaria ainda mais a crise. A saída dessa situação passa necessariamente pela retomada de uma agenda de reformas estruturais que envolvam a redução da burocracia e dos gastos públicos. Sem ajustes nas despesas do Governo, o Brasil estará fadado a conviver com anos de fraco crescimento econômico e a perda das conquistas sociais obtidas na última década

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