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Negócios

Indústria e varejo se unem contra imagem de vilã da construção civil

Setores implementam medidas efetivas que envolvem toda a cadeia

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Indústria e varejo se unem contra imagem de vilã da construção civil

Por Rachel Cardoso/da C&S 40

A indústria da construção civil tem revertido, aos poucos, a imagem de vilã ambiental adquirida ao longo dos anos, ao incorporar práticas sustentáveis não apenas em seus empreendimentos, mas em toda a cadeia produtiva. Com uma participação de 40% na economia mundial, o setor – que representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – influencia não somente o meio ambiente, mas toda a sociedade e tem, por isso mesmo, o desafio de tirar o discurso do papel e mostrar que pode promover melhorias efetivas para a atividade e o futuro do planeta.  “Ainda hoje a maioria fala e não dá o exemplo”, afirma Cláudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco).

Na tentativa de mudar esse quadro, a entidade vem atuando em diversas frentes para transformar o comportamento dentro das mais de 140 mil lojas espalhadas pelo Brasil, que empregam 15 milhões de pessoas, sendo 4  milhões diretamente. Muitos são, segundo Conz, os avanços alcançados graças ao esforço conjunto com a indústria. “Não faltam ofertas de produtos ao consumidor capazes de proporcionar economia de água e energia, e as novas tecnologias abrem infinitas possibilidades diante de qualquer demanda”, diz. “Não há mais desculpas”.

Tradicionalmente, contudo, os maiores impactos estão na produção de resíduos.  Para se ter uma ideia, as fases de construção e reforma produzem, anualmente, cerca de 400 kg de entulho por habitante, equivalente a 40% do resíduo criado por todas as atividades humanas. Atentos ao problema dessa etapa, teve início em São Paulo, mais especificamente na loja da C&C, na Marginal Tietê, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, uma iniciativa que ainda promete dar o que falar.

A unidade foi a primeira a receber o ponto de entrega voluntária, batizado PEV, de latas de aço pós-consumo do Prolata Reciclagem, uma instituição sem fins lucrativos, formada por empresas do setor de embalagens de aço, que conta com o investimento, o apoio e a expertise técnica da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) e da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati). O principal objetivo é estimular a coleta e a reciclagem de latas de aço pós-consumo no Brasil.

Os consumidores podem levar as embalagens de aço pós-consumo direto para os centros ou para cooperativas e sucateiros parceiros do programa. Já o lojista precisa aderir ao programa, via associação, para participar. 

Soluções simples para economizar
Nem sempre é necessário investir em novas tecnologias ou promover grandes mudanças para preservar o meio ambiente. Basta alterar a cultura organizacional, com o objetivo de reduzir as perdas e a geração de entulho. A recomendação é do engenheiro Allan Comploier, diretor de Operações da MasterHouse Manutenções e Reformas. “Temos muito a fazer ainda, mas, se começarmos pelas soluções mais simples, alcançaremos bons resultados, com retorno financeiro aos investidores e usuários, estimulando sempre o ciclo de melhoria”, diz.

Ele destaca que a construção civil apresenta taxas que variam de 25% a 30% de desperdício de recursos naturais, como matérias-primas, água e energia. “Estima-se que haja desperdício de 20 litros de água por metro quadrado construído graças a mangueiras danificadas ou ligadas sem uso, vazamentos nas instalações hidráulicas e negligência por parte dos trabalhadores”, comenta. E, se há desperdício, é fundamental que haja uma intervenção em busca da economia.

Sem uma legislação que regulamente a utilização dos recursos naturais nos canteiros de obra, é preciso contar com a dedicação dos profissionais. Por isso, educar os trabalhadores para que evitem o desperdício no dia a dia é fundamental.

Clique aqui para conferir a matéria na íntegra, publicada na edição 40 da revista C&S.

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