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Negócios

Empresas oferecem serviços para atletas amadores

Academias e clínicas de fisioterapia têm serviço especializado para quem está começando a praticar esportes

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Empresas oferecem serviços para atletas amadores

Estudo do IBGE mostra que apenas 37,9% dos brasileiros praticam esporte, sendo a minoria formada por mulheres
(Arte: TUTU)

Praticar exercícios físicos faz bem para o corpo e para a mente, mas no ritmo acelerado das grandes cidades é difícil encontrar tempo necessário para se dedicar a um esporte. Aqueles que mesmo com a agenda apertada buscam manter um estilo de vida mais saudável, acabam usando sábados, domingos e feriados para ir à academia ou fazer atividades ao ar livre.

Os chamados “atletas de fim de semana” (ou “amadores”) precisam de apoio profissional para levar os treinos adiante sem sofrer lesões e, ao mesmo tempo, aumentar o rendimento físico. De olho nesse público, a ClubFisio, localizada na capital paulista, trabalha com corredores amadores. Um dos sócios, Raphael Baptista de Camargo, conta que o modelo de negócio surgiu despretensiosamente.

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“Nós, os três sócios, somos amigos de infância e apaixonados por esportes. Sempre percebemos as necessidades provenientes das atividades físicas. Assim, dois se formaram na área da saúde e, então, passamos a atender apenas os amigos”, lembra.

A divulgação "boca a boca" fez a clínica prosperar, e o trio entendeu que era hora de fortalecer a gestão e se organizar para crescer de forma orgânica. “Com o tempo, a sala de 30 metros quadrados ficou insuficiente para a demanda e fomos obrigados a procurar um imóvel maior”, conta Camargo. Hoje, a ClubFisio tem duas unidades, uma em Pinheiros e outra nos Jardins. A terceira unidade própria da empresa deve ser aberta em 2019.

Atender a públicos específicos tem mostrado resultados para a clínica, principalmente em duas classes de clientes que cresceram de forma considerável: pessoas de 30 a 50 anos, que intensificaram seus treinos, o que aumentou a procura pelos serviços fisioterápicos – esse público representa em torno de 40% dos atendimentos hoje –; e jovens de 12 a 21 anos, que representam 7% da demanda anual, em virtude da intensificação de treinos direcionados a eles em clubes, academias e grupos de corridas (antes, a ClubFisio atendia menos de dez pacientes nessa faixa etária por ano).

Segundo Camargo, no ano passado, o faturamento da companhia cresceu 18% e, para este ano, a meta é um aumento de 25%.

Espaço para crescer
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015: Prática de Esporte e Atividade Física, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que 62,1% da população com 15 anos ou mais não praticavam qualquer tipo de esporte ou atividade física. Dos fisicamente ativos, as mulheres são minoria segundo o estudo: 46,1%, contra 53,9% dos homens.

Para a assessora econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) Fernanda Della Rosa, os dados indicam que o mercado ainda tem muito para crescer, e algumas empresas têm mostrado interesse nesses nichos.

“Esse tipo de serviço está atingindo um público novo, já que muitos eram sedentários, e tem tudo para dar certo porque estamos em um momento de valorização de atos mais saudáveis. O trabalho customizado é o grande mote”, explica.

O CEO da Contours Brasil, Cassiano Ximenes, decidiu abrir uma franquia da rede norte-americana de academia para mulheres justamente ao perceber que o segmento era pouco explorado. A ideia surgiu quando ele cursava um MBA no Canadá e buscava um novo negócio para implantar aqui. Uma professora sugeriu durante uma conversa que ele pesquisasse os serviços relacionados à beleza e saúde no Brasil.

Destinado às mulheres, os treinos na Contours duram 30 minutos e mesclam musculação e exercícios aeróbico e funcional. O espaço oferece equipamentos adaptados ao biótipo feminino. “Desenvolvemos uma metodologia de treino que pode atender mulheres de 15 a 80 anos. Nosso treino é focado na necessidade de cada aluna, respeitando a individualidade delas.”

Ximenes lembra que um dos desafios para expandir os negócios foi acabar com a crença de que treino de curto tempo não funcionava. “Graças à divulgação feita pelos meios de comunicação e de médicos e educadores físicos, essa crença foi desmistificada, e atualmente já se sabe que o treino de 30 minutos pode ser tão ou mais eficaz que o de uma hora. Isso foi crucial porque as mulheres trabalham, cuidam de casa, criam os filhos e não têm tempo para ficar longos períodos na academia”, conclui.

Para Fernanda Della Rosa, outros pontos importantes em relação às empresas voltadas para nichos específicos são a possibilidade de "uma divulgação de Marketing mais direcionada, com melhores chances de retorno" e o fato de que, muitas vezes, esse formato de negócio não exige sede, com o atendimento ocorrendo em parques e lugares abertos. "Isso proporciona um ganho significativo para o empresário em termos de redução de despesas", conclui.

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