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Editorial

Intenção de financiamento das famílias tem alta de 12% em junho, mas ainda permanece abaixo da média histórica com 16,1 pontos

Segundo a FecomercioSP, apenas 7,8% dos consumidores paulistanos afirmaram ter intenção de contrair financiamento em junho, contra 6,9% em maio e 10% no mesmo mês de 2015

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São Paulo, 27 de junho de 2016 - O Índice de Intenção de Financiamento atingiu 16,1 pontos em junho, alta de 12% na comparação com o mês anterior. Apesar da elevação do índice, apenas 7,8% dos entrevistados afirmaram ter intenção de contrair empréstimos nos próximos três meses. Na comparação com junho de 2015, quando o indicador registrou 21,1 pontos, o recuo foi de 23,6%, sinalizando que, apesar da melhora na intenção, o comportamento dos consumidores ainda se mostra conservador para a tomada de empréstimos neste momento de crise. 

Os dados são da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade do consumidor de pagar dívidas, apresentou alta de 6,2% em junho na comparação com maio e atingiu 85,1 pontos. Já no comparativo anual mostrou leve elevação de 0,9%. Entre os endividados, o índice teve alta mensal de 8,3%, enquanto, entre os não endividados, registrou crescimento de 2,6%.  

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De acordo com a FecomercioSP, os sinais de retomada da intenção de financiamento são consequências da melhoria da percepção da economia por parte dos consumidores, captada pelo Índice de Confiança do Consumidor - também publicado pela Federação. Ainda que a crise não tenha passado, ao menos a mudança de diretrizes da política econômica tem gerado efeitos positivos nas expectativas de empresários e consumidores. Essas mudanças positivas, segundo a Entidade, quanto mais consistentes, trarão efeitos reais no comportamento dos agentes, que voltarão a consumir, buscar crediários e investir, viabilizando assim a retomada gradual da atividade econômica. 

Aplicações

A poupança continua a ser a aplicação preferida dos brasileiros, mas tem perdido espaço para a renda fixa, por conta da inflação e da Selic elevadas. Em junho, 69,5% dos aplicadores tinham na poupança o principal destino dos seus recursos. No mesmo mês de 2015, a proporção era de 72,4%. Segundo a Entidade, a poupança segue gradativamente perdendo espaço tanto para a renda fixa quanto para previdência privada, como era de se esperar diante de juros nominais de 14,25% e do envelhecimento da população. 

A proporção de investidores cuja principal aplicação é a renda fixa atingiu 18% em junho, ante 15,4% no mesmo mês de 2015. No caso da previdência privada, a parcela passou de 5,6% para 8,3% no mesmo período. Já nas aplicações em ações, a proporção chegou a 1,9% ante os 2,2% registrados em junho de 2015.

A tendência de juros se reverteu nas últimas semanas, e agora a hipótese de que o Banco Central comece a reduzir a Selic ainda neste ano se tornou plausível. Essa mudança não era esperada no primeiro trimestre e ganhou força, principalmente, com a mudança de rumos da política econômica. Com isso, segundo a FecomercioSP, a poupança continuará tendo a preferência da maioria dos poupadores. Os juros altos dos últimos meses, contudo, fizeram com que uma parte dos que poupam optasse por aplicações mais rentáveis e tão seguras quanto à poupança - renda fixa, principalmente. 

No futuro próximo, a tendência é de que os juros básicos sejam reduzidos e é possível que os poupadores voltem a apostar na segurança da caderneta. Por outro lado, de acordo com a Entidade, muitos aplicadores tendem a ser resistentes a mudar de aplicação no curto prazo, o que deve manter o atual quadro nos próximos meses. 

Sobre a PRIE

A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) - apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) - tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, o que gera um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.

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