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03/05/2018Reportagem sobre bairro de Fortaleza com IDH similar ao de países africanos vence o 6º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade na categoria Jornalismo
Repórter do Tribuna do Ceará, Jéssica Welma narra em especial online a triste realidade do bairro Arraial Moura Brasil, em Fortaleza
Jornalista aborda a situação dos mais de 850 assentamentos precários de Fortaleza, que abrigam cerca de 270 mil famílias
(Arte: TUTU)
Um dado alarmante se tornou objeto de análise na redação do jornal Tribuna do Ceará no segundo semestre do ano passado: o Estado registrava 3 mil homicídios em um período de oito meses. A repórter Jéssica Welma apurou que o Arraial Moura Brasil, bairro periférico de Fortaleza, tem um dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos da capital (0,284), similar ao de Moçambique, na África, o quinto pior do mundo. A investigação rendeu destaque no6º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade e foi a vencedora na categoria Jornalismo.
A matéria, que iria apenas repercutir os dados oficiais de violência, acabou ganhando o especial online “Violências invisíveis”, no portal do veículo. Nas matérias, ela conta a realidade dos mais de 850 assentamentos precários de Fortaleza, que abrigam cerca de 270 mil famílias.
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Arraial Moura Brasil chama a atenção também em virtude de suas contradições. Ao mesmo tempo em que abriga o Marina Park Hotel – um dos símbolos do turismo de Fortaleza –, o local também abriga a favela Oitão Preto, considerada a “cracolândia” da capital cearense.
Os textos narram ainda as histórias de personagens como dona Lenice, que divide a casa com mais 11 famílias, e dona Graça, que sofre com as faltas de tratamento de esgoto, moradia, segurança, alimentação, transporte e saúde. “A vida delas parece não valer muita coisa, por isso, não hesitam em correr riscos seja pelo que for”, conta Jéssica.
Repórter Jéssica Welma não teve como comparecer à premiação, mas agradeceu por vídeo o reconhecimento de seu trabalho
(Foto: Rubens Chiri)
A reportagem ganhou o Prêmio de Jornalismo da Prefeitura de Fortaleza no fim de 2017, e Jéssica espera que o reconhecimento faça a sociedade refletir sobre a relação entre violência e direitos básicos. “As discussões, sejam na imprensa, sejam nas rodas de conversas dos mais diversos ambientes, precisam jogar luz sobre a violência que a maior parte da população sofre, não só em Fortaleza”, aponta.
Os valores arrecadados com as premiações serão compartilhados com os personagens que contaram suas histórias.