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Negócios

Pais e educadores devem orientar jovens sobre perigos da superexposição na Internet, diz especialista

Cristiana Assumpção é uma das palestrantes do I Congresso Fecomercio de Educação Digital, que será realizado em 5 de maio

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Pais e educadores devem orientar jovens sobre perigos da superexposição na Internet, diz especialista

Por Alessandra Jarussi

Pais e educadores devem orientar os jovens para que eles não publiquem conteúdos indevidos na Internet, como ofensas a determinada pessoa ou grupo, compartilhamento de fotos íntimas de colega ou ex-namorada(o), self nude (mania de tirar fotos de si com partes íntimas expostas) e sexting (envio de fotos nuas por meio de mensagens ou aplicativos de celular, como WhatsApp), entre outros. A opinião é de Cristiana Assumpção, doutora em Tecnologia Educacional pela Universidade de Columbia e coordenadora do programa “Ética e Cidadania Digital” do Colégio Bandeirantes. Ela é uma das palestrantes do I Congresso Fecomercio de Educação Digital, que será realizado no dia 5 de maio.

“Os adolescentes se expõem muito na Internet. Como ainda estão desenvolvendo seu nível de maturidade moral, tendem a fazer brincadeiras inapropriadas que podem levar a mal-entendidos e exposição excessiva. A exposição sexual também faz parte, pois estão na idade de entender e explorar seu corpo, com os hormônios ‘a pleno vapor’. Eles estão com uma noção muito diferente do que é público e do que é privado. Acreditam na privacidade na Internet e tendem a ter mais boa-fé nos amigos, mas também brigam mais, abrindo espaço para as ‘vinganças’ digitais. Trocam senhas um com o outro como prova de amizade ou amor. Todos esses comportamentos e crenças geram grandes riscos. Só quando algo dá errado, eles começam a entender que a tecnologia não os protege do fator humano na equação”, afirma.

Para Cristiana Assumpção, o caminho é a educação. “Além de informar os jovens a respeito das leis que existem e das boas práticas, é importante o professor propor estudos de caso e problemas onde os alunos percebam o impacto de certos comportamentos. Por exemplo, ao falar sobre bullying e cyberbullying, propor que os alunos pensem a respeito de todos os papéis envolvidos na situação - o agressor, a vítima, os que deixam a situação acontecer e não fazem nada a respeito sendo coniventes silenciosos, e os que fazem algo a respeito e ajudam o colega. Este é um exemplo de dramatização que pode ajudar o aluno a entender a importância da proatividade positiva e que o bom uso da internet depende de todos que nela participam. Aí entra a educação dos valores e princípios do convívio social, da construção de uma boa reputação digital, das responsabilidades de cada um”, diz a especialista.

Em casa, os pais devem acompanhar de perto o que a criança está vendo e fazendo. “Uma sugestão é deixar o computador de uso comum, onde os pais e a criança usam a mesma máquina, podendo usar controles parentais quando a criança é menor, para protegê-la de acesso a conteúdos indesejáveis. Outra dica é determinar certos horários de uso. À medida que a criança se torna adolescente, pode ir conquistando um espaço mais seu, se os pais construíram uma relação de confiança e diálogo aberto com o seu filho. Mesmo assim, o jovem deve ter que prestar contas de alguma forma, pois ainda está em formação e os pais devem protegê-lo. O uso da tecnologia deve ser equilibrado com outras atividades também. É importante deixar usar um pouco a tecnologia, mas também incentivar esportes, atividades físicas e artísticas. A convivência com outras crianças e jovens olho no olho ajuda a entender que, mesmo na Internet, há uma pessoa do outro lado da tela, e que o que eles colocam afetam e causam emoções de verdade. É um processo de ensinar a conviver bem em sociedade, com equilíbrio, ética, respeito e alteridade”, conclui.

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