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Economia

Faturamento do comércio paulistano recua 1,8% no primeiro semestre

De janeiro a junho de 2015, o varejo paulistano perdeu R$ 1,5 bilhão, na comparação com o mesmo período do ano passado

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Faturamento do comércio paulistano recua 1,8% no primeiro semestre

No primeiro semestre de 2015, o faturamento do comércio varejista da capital paulista registrou queda de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado, o que representou uma retração de R$ 1,5 bilhão. Já no mês de junho, o comércio paulistano obteve alta de 2,3% e atingiu R$ 13,1 bilhões, aproximadamente R$ 300 milhões acima do registrado no mesmo mês de 2014.  

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz).

Para a assessoria econômica da Federação, o crescimento observado no mês de junho foi um resultado isolado por conta de uma base comparativa profundamente baixa, decorrente de poucos dias úteis e menores horários de funcionamento do comércio em junho de 2014.  Na ocasião, devido à realização dos jogos da Copa do Mundo, a cidade de São Paulo registrou quedas significativas nas vendas mensais, acima de 11%, no pior desempenho histórico do comércio paulistano.

Entre as nove atividades analisadas, cinco registraram alta, das quais três impulsionaram positivamente o varejo paulistano no mês: Autopeças e acessórios (41,8%); Concessionárias de veículos (13,3%) e Farmácias e perfumarias (6,9%), que, somadas contribuíram com 3,3 pontos porcentuais para o resultado geral.

Por outro lado, quatro atividades apresentaram queda: Lojas de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-11,7%); Lojas de móveis e decoração (-9,8%); Materiais de construção (-4,4%) e Lojas de vestuário, tecidos e calçados (-1,1%). No conjunto, esses segmentos reduziram a expansão das vendas no mês em 1,5 p.p. 

Para a FecomercioSP, o acréscimo do faturamento não significa uma possível retomada do setor, e sim um equilíbrio das perdas profundas ocorridas em um período atípico de comparação. De acordo com a Entidade, as perspectivas ainda são de queda das vendas, haja vista que São Paulo lidera o ranking das taxas recentes de desemprego e torna ainda mais distante o fim da recessão no varejo da capital paulista.

Desempenho estadual

No primeiro semestre de 2015, o faturamento do comércio varejista do Estado de São Paulo apresentou queda de 3,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, o que representa uma redução de R$ 9,8 bilhões. Já no comparativo mensal, a receita total do varejo também se manteve em ritmo de retração e recuou 3,7% em junho, atingindo R$ 44,4 bilhões, resultado R$ 1,6 bilhão menor em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Segundo a assessoria econômica da Federação, os resultados obtidos em junho confirmam o ciclo negativo do comércio varejista paulista. A Entidade ressalta que o recuo das vendas em junho foi estabelecido contra uma base de comparação muito fraca - junho e julho de 2014, período de realização dos jogos da Copa do Mundo. Assim, as vendas ainda menores evidenciam a dimensão da profundidade da crise do varejo e da retração do consumo das famílias no estado de São Paulo. 

Das nove atividades pesquisadas, cinco mostraram queda do faturamento real em junho, sendo que as maiores retrações foram registradas nos segmentos de Lojas de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-29,7%); Lojas de móveis e decoração (-6,3%); e Lojas de vestuário, tecidos e calçados (-6,2%), que, somadas, pressionaram negativamente o resultado geral com 3,9 pontos porcentuais. Já nas vendas acumuladas no semestre os setores ligados à comercialização de bens duráveis recuaram acima de dois dígitos: Eletrodomésticos, eletrônicos e Lojas de departamentos (-14,5%); Concessionárias de veículos (-13,6%); e Lojas de móveis e decoração (-12,9%).  

Por outro lado, mesmo não sendo suficientes para impedir a queda anual do varejo, os setores de Farmácias e perfumarias (7,1%) e Lojas de autopeças e acessórios (7,9%) contribuíram com 0,6 p.p. O setor de Supermercados também apresentou alta de 1,4% e colaborou com 0,4 p.p. No semestre, apenas os segmentos de Supermercados (1,7%) e Farmácias e perfumarias (4,6%) apresentaram alta das vendas.

Expectativa

De acordo com a assessoria econômica da FecormercioSP, diante da atual conjuntura econômica, baixa produção industrial, dificuldade de crédito para as famílias, alta do desemprego e de inflação, as projeções apontam para nova queda, ao redor de 5% em agosto, e previsão de uma retração de faturamento real de 6% para o ano de 2015.

Com avanço da crise econômica e as dificuldades políticas para articulação e adoção dos ajustes necessários, fica claro que o péssimo ciclo de queda das vendas ainda está muito distante de acabar e pode perdurar ao longo do próximo ano.

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