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Imprensa

A revolução tecnológica está criando uma nova civilização, diz José Pastore

Conselho de Emprego e Relações de Trabalho da FecomercioSP realiza evento sobre a influência das tecnologias no trabalho e recebe o diretor do Fórum Econômico Mundial e demais representantes expressivos do setor

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São Paulo, 27 de abril de 2018 – A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por meio de seu Conselho de Emprego e Relações de Trabalho, realizou, nesta sexta-feira (27), o seminário "Como será o trabalho à luz das novas tecnologias?". O evento contou com a presença do presidente do Conselho de Empregos e Relações de Trabalho, José Pastore; do vice-presidente da FecomercioSP, Ivo Dall'Acqua Júnior; do diretor do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Thomas Philbeck; do diretor de Políticas, Relações Trabalhistas e Sindicais da Febraban, Adauto de Oliveira Duarte; da vice-presidente de Recursos Humanos da IBM para a América Latina, Luciana Camargo; e do vice-presidente de Pessoas e de Sustentabilidade da Embraer, Carlos Griner, além de representantes da Embrapa, do Bradesco, do Senai, do Senac e do Ciee.

Na abertura do evento, José Pastore destacou que a revolução tecnológica está criando uma nova civilização, com uma inegável elevação no padrão de vida dos seres humanos, e que as mudanças institucionais deverão ser rápidas e bem-feitas. Segundo ele, "precisamos nos atentar para as consequências dessas novas tecnologias, que podem ser 'imensas'. A invasão da privacidade, a destruição de empregos, a transformações das relações de trabalho e outras, tudo isso impõe novas formas de pensar e agir, com os novos desafios pela frente", afirmou Pastore.  

O convidado Thomas Philbeck, diretor do Fórum Econômico Mundial, em Davos, falou sobre impacto das novas tecnologias no emprego e no trabalho: destruição e criação de oportunidades, além de propostas correntes para o desemprego tecnológico e ajuste da força de trabalho. Para Philbeck, é fundamental que o ser humano seja o centro das mudanças tecnológicas, porém, alguns empregos estão caindo contínua e drasticamente. "Alguns serviços estão conseguindo absorver esse trabalhador, no entanto, setores como indústria e manufatura têm cada vez menos vagas, e essa e uma tendência global. Algumas áreas vão se beneficiar disso, outras enfrentarão desafios. As tarefas vão mudar, as profissões não serão mais as mesmas, o cargo poderá ser o mesmo, mas a forma de fazer será diferente", destacou o especialista. Dessa forma, ele acredita que, para continuar competindo, teremos que entender como construir a cultura da inovação.

O homem e a máquina
No segundo painel que abordou sobre o que as empresas brasileiras estão fazendo para recrutar e ajustar os profissionais às novas tecnologias, Luciana Camargo, vice-presidente de Recursos Humanos da IBM para a América Latina, falou sobre o setor de comércio e serviços, em relação ao relacionamento da empresa com a tecnologia e com os funcionários. Para a executiva, atualmente já vivemos em um mundo totalmente permeável pela tecnologia. "A máquina não vai substituir o homem. Entendemos que vai aumentar o potencial das pessoas. O grande desafio é saber como trabalhar a educação e preparar a população para aprender, ter outra oportunidade e agregar valor. A transformação tecnológica não é nada se as pessoas não se transformarem, precisamos abraçar e mudar a forma como as pessoas aprendem, lideram e trabalham, porque a tecnologia já está mudando a forma como as pessoas vivem", finalizou.  

Do ponto de vista do setor financeiro, Glaucimar Peticov, diretora-executiva-adjunta do banco Bradesco, reforçou que um dos pontos mais significativos entendidos pela companhia é que "quanto mais a tecnologia avança, mais humanizados devemos ser". "Não estamos competindo com as máquinas, temos que desenvolver as habilidades humanas e trabalhá-las. As competências são comportamentais. Acredito que o analfabeto do futuro será aquele que não têm capacidade de aprender, desaprender e reaprender", ressaltou.

No mesmo painel, Carlos Griner, vice-presidente de Pessoas e de Sustentabilidade da Embraer, falou sobre o setor industrial. Ele indicou que o mundo segue para a era da indústria 4.0, na qual as máquinas vão conviver entre elas. Para ele, "as máquinas são desenvolvidas para facilitar essa relação com o homem", disse. Segundo Griner, é preciso que as habilidades para trabalhar com a inteligência artificial sejam desenvolvidas. "O que mais vamos precisar são das soft skills, compostas por: intuição, emoção, criatividade, coragem, ousadia etc. Ou seja, aquilo que as máquinas não fazem", afirma.  

E para falar sobre o segmento agrícola, Eliseu Alves, criador e, agora, assessor da presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ressaltou a inteligência artificial no setor e afirmou que "a tecnologia se materializa quando o agricultor decide colocá-la em prática". Segundo ele, a mecanização e a robotização da agricultura acontecem cada vez mais em decorrência do crescimento da agricultura brasileira, que precisou da tecnologia para responder às demandas do mercado externo e à demanda do mercado interno. "Entretanto, ela ainda não é acessível a todo agricultor. O pequeno produtor muitas vezes não tem incentivo para adotar a tecnologia. Para isso, é preciso que tenham acesso a empréstimos, extensão rural, entre outros. Enquanto essas imperfeições de mercado não forem sanadas, não será possível mudar esse quadro", afirmou o especialista.  

Educação para o futuro 
O terceiro painel, com o título "O que as escolas estão fazendo para preparar os jovens e adultos e bem ajustá-los às novas tecnologias?", contou com a participação das instituições educacionais Sesi/Senai, Senac e Ciee. Para Walter Vicioni Gonçalves, diretor do Senai-SP e superintendente do Sesi-SP, "a educação tem o papel de transformar as pessoas. Em tempos de convergência das novas tecnologias, a educação assume um papel importante".  

Para Ana Kuller, assistente de gerência de Desenvolvimento do SenacSP, o mundo mudou e precisamos saber como ficar frente a isso. "Esse é um desafio que começamos a ver o corpo educacional enfrentar", contou.    

Por fim, Renata Mello, gerente de Conteúdo e Capacitação do Ciee reforçou a ideia de que a tecnologia vem a serviço do homem. "Ela é feita por nós e para o nosso bem". Partindo desse princípio, o Ciee busca entender a forma de colaborar para que esse processo se torne mais amigável. "O profissional diferenciado será o multitarefa. O trabalhador do futuro tem de pensar e agir", afirmou. 

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