Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Negócios

A volta dos mercadinhos: segmento é responsável por 6% do PIB nacional

Em 2015, mercados de vizinhança cresceram 48% dentro do setor supermercadista

Ajustar texto A+A-

A volta dos mercadinhos: segmento é responsável por 6% do PIB nacional

“Uma vantagem em relação às grandes redes é que conhecemos e fidelizamos nossos clientes”, diz o proprietário do Mini Mercado Pioneiros, Fernando Honorato Garcia
(Foto: Perspectiva)

Os pequenos varejos alimentares, representados por minimercados, mercadinhos e armazéns, compõem um dos canais de vendas mais bem-sucedidos e promissores do varejo de autosserviço, de acordo com pesquisa apresentada pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e realizada pela Nielsen. Eles foram responsáveis por 48% do crescimento do setor supermercadista em 2015 e estão cada vez mais atrativos ao consumidor, que conta com comodidade, praticidade, proximidade, atendimento (muitas vezes personalizado) e bons preços. 

Os mercadinhos são o segundo maior segmento em número de pequenos negócios no País, com aproximadamente 416 mil estabelecimentos, respondendo por 6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e por 35% das vendas do setor supermercadista. Esses pequenos negócios têm faturamento anual de até R$ 4 milhões. 

“A proximidade com o consumidor é o fator principal. Além disso, a indisponibilidade de áreas grandes com alta densidade nos grandes centros urbanos torna viável o investimento em pequenos espaços”, diz o gerente de economia e pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano. 

Um estudo recente divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mapeou esse importante nicho do varejo alimentar nacional com a pesquisa “Minimercados Brasil”. Os principais resultados mostram que 41,6 % dos minimercados do Brasil têm loja com até 100 metros quadrados; 67,7% das empresas têm até duas caixas registradoras; 48,9% das lojas empregam até quatro pessoas; 20,6% dos minimercados são microempresas, pois faturam entre R$ 5 mil e R$ 30 mil ao mês; em média, 77,4% das empresas declararam que não foi preciso utilizar empréstimos nos últimos 12 meses; 33,3% dos estabelecimentos estão de portas abertas há mais de 15 anos; 38,3% dos minimercados ouvidos atendem até 50 clientes por dia; e 34,7% dos empresários contam com até dez fornecedores para abastecer a loja. 

“Uma vantagem competitiva em relação às grandes redes é que conhecemos e fidelizamos nossos clientes, atendendo às suas reais necessidades”, explica o proprietário do Mini Mercado Pioneiros, estabelecido na cidade de São Caetano do Sul, há 18 anos, Fernando Honorato Garcia. 

Grandes grupos também investem nos pequenos negócios 

Para as grandes redes varejistas, a reversão na alta dos preços de aluguéis e imóveis e o momento crítico da economia foram oportunidades para apostar nos minimercados. O Grupo Pão de Açúcar (GPA), por exemplo, tem convertido o Minimercado Extra em estabelecimentos da marca Minuto Pão de Açúcar, que têm maior potencial de tíquete médio. 

Em 2015, o GPA fez 29 conversões. De janeiro a maio deste ano, houve a criação de 73 unidades, sendo 27 da marca Minuto, somando atualmente 310 operações. No total, o GPA possui 2.181 unidades no País, com um crescimento do faturamento de 48% em 2015. Dos R$ 72,3 bilhões faturados pelo GPA, as lojas menores responderam por R$ 1,7 bilhão. 

“Isso significa uma volta às origens, um rompimento do formato tradicional, em que as grandes redes investiam em grandes lojas”, avalia o especialista em marketing e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Kanter, sobre o sucesso do setor e o maior investimento nele por parte de grandes grupos. 

O formato de proximidade vem se consolidando no Brasil, a exemplo do que é verificado em países da Europa. Esse fenômeno está diretamente relacionado à vida contemporânea, em que os consumidores buscam cada vez mais praticidade e agilidade nas compras. “Isso vale para todas as classes sociais, e o empresário deve observar as demandas de mercado e buscar antecipar as necessidades de seus clientes”, complementa Kanter. 

Confira a reportagem completa, publicada na edição 46 da revista C&S.

Fechar (X)