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Imprensa

Alimentos pressionam, em junho, o custo de vida na RMSP

Classes mais baixas foram, novamente, as que mais sentiram a alta; preço do gás também puxou o índice para cima

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A inflação dos alimentos e o preço do gás aumentaram o custo de vida das classes mais baixas da população que vive na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), segundo a pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Apesar de a variação ter sido de 0,48%, abaixo do 0,88% visto no mês anterior, não significa um recuo da inflação, já que os preços, no acumulado dos 12 meses, subiram de 8,42% para 8,67%. Nos seis primeiros meses de 2021, a alta acumulada do CVCS foi de 3,69% em comparação ao -0,35% apontado entre janeiro e junho de 2020.

Na análise dos resultados, as classes E e D, no acumulado de 12 meses, têm o maior custo de vida, com 11,37% e, 11,31%, respectivamente. A perspectiva é que os gastos continuem aumentando, já que alimentação, habitação e transporte – os principais grupos de consumo das famílias – estão sofrendo os impactos do aumento do custo da energia elétrica e do combustível, assim como o aumento dos preços das commodities agrícolas (milho, soja e o arroba do boi).

No mês de junho, o grupo que mais contribuiu para o aumento geral foi o de alimentação e bebidas, com 0,85%. Entre julho de 2020 e junho de 2021, o incremento foi de 12%; em 2021, a alta é de 3,10%. O aumento acumulado da alimentação na classe E foi de 15,86%.

O preço da carne exerce papel importante para este número, uma vez que o alimento tem alta mensal de 1,60% e acumula, em um ano, alta de pouco mais de 40%.

Em segundo lugar, entre os que mais puxaram o aumento do custo de vida na região, está o grupo de habitação, com variação de 1,07%. Nos últimos 12 meses, o acumulado foi de 9,23%, e, no ano, 3,95%. A pressão, neste caso, também é maior nas classes com menos rendimentos. O acumulado para esse grupo na classe E é 10,33%, e 7,69%, na classe de renda mais alta.

O gás encanado, que, em um mês, aumentou 8,73%, também pesou na conta. As tarifas de gás e esgoto variaram 2,42%, enquanto a de energia elétrica, 1,53%. O ajuste da tarifa da bandeira vermelha, em decorrência do uso das termoelétricas (que têm um custo maior) por causa dos baixos índices dos reservatórios, deve contribuir para a tendência de contínuo aumento de preços no setor.

Um dado mais animador, entretanto, vem do grupo de transportes, que, em junho, variou negativamente em 0,55%. Entretanto, a tendência aponta para o retorno, como visto nos meses anteriores, da pressão sobre o custo de vida. Destacam-se, entre estes, as passagens áreas e o seguro-veículo, com reduções negativas de 14, 21% e 3,20%, respectivamente. Outros itens também baixaram: gasolina (-016%) e diesel (- 0,35%). Apesar disso, acumulam alta superior a 30% em 12 meses.

Já o petróleo continuará com o preço elevado. Isso é especialmente delicado para as famílias da classe E, que tiveram aumento de quase 20% no grupo transportes, no último ano.

Índice de Preços no Varejo (IPV) e Serviços (IPS)
O Índice de Preços no Varejo (IPV), que compõe a pesquisa sobre o Custo de Vida por Classe Social (CVCS), juntamente com o Índice de Preços de Serviços (IPS), assinalou alta de 0,77%, segundo a pesquisa. O acumulado, em 2021, foi de 7,18%, variando, nos últimos 12 meses, 14,87%. Em 2020, o indicador acumulava -0,17% entre janeiro e junho, e 2,20% no período compreendido entre julho de 2019 e junho de 2020.

O indicador é composto por oito grupos. Nenhum deles encerrou o sexto mês do ano com decréscimo nas variações médias. Mais uma vez, o grupo de alimentação e bebidas foi o que mais contribuiu para a alta (0,79%). O acumulado nos últimos 12 meses é de 18,28%, e, em 2021, de 3,41%. O grupo de vestuário foi responsável pela segunda maior pressão de alta, variando 1,71%. Nos últimos 12 meses, o acumulado foi de 4,47%, e no ano, de 4,82%.

Com relação aos estratos de rendimento, é possível observar que as classes percebem o aumento dos preços de formas diferentes. Nos estratos E e A, as variações mensais foram, respectivamente, 0,83% e 0,78%. Já para as classes D e C, foram de 0,74% e 0,77%. Isso porque a distribuição de despesas é mais concentrada em grupos de alta representatividade para as classes de menor poder aquisitivo.

Por fim, o Índice de Preços de Serviços (IPS) também obteve aumento (0,18%), registrando alta acumulada de 0,09%. A variação nos últimos 12 meses foi de 2,41%. Em 2020, o indicador acumulava -0,55%, entre janeiro e junho, e 2,39%, no período compreendido entre julho de 2019 e junho de 2020.

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