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Negócios

Alta do dólar favorece vendas do comércio exterior

Para aproveitar as oportunidades, comércio eletrônico brasileiro precisa se adaptar

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Alta do dólar favorece vendas do comércio exterior

“O comércio exterior ainda não é explorado pelo varejo brasileiro pela falta de competitividade, mas existem nichos bem aceitos”, diz o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP, Pedro Guasti. 
(Arte/TUTU)

Com informações de Barbara Oliveira

Ano de crise aqui pode ser o da oportunidade lá fora. Com o dólar em alta e o real desvalorizado, o mantra para o País ganhar vantagem na turbulência é “exportação”. Empresas brasileiras de commodities e manufaturados já fazem esse movimento há décadas, e agora pequenos empreendedores começam a descobrir esse caminho inverso, via internet. Se o mercado está ruim aqui, por que não vender para os estrangeiros?

“O comércio exterior ainda não é explorado pelo varejo brasileiro pela falta de competitividade, mas existem nichos bem aceitos”, lembra o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP, Pedro Guasti. Artesanato, pedras preciosas, joias, sementes, polpas de frutas, cosméticos e produtos típicos com forte identidade brasileira fazem sucesso entre os consumidores estrangeiros. Segundo pesquisa da Nielsen encomendada pela empresa de pagamentos PayPal, a expectativa é de que as empresas brasileiras possam vender R$ 4 bilhões via internet até 2018. Em 2013, esse valor foi de R$ 1,5 bilhão. Não é muito, mas é um caminho novo.

Facilitar a operação para o comprador externo é um dos principais requisitos para se vender para o mercado estrangeiro, seja em B2B (de empresa para empresa), seja em B2C (para o consumidor final), alerta Guasti: “O site precisa dispor de sistemas de pagamentos aceitos no mundo todo, com cartões internacionais ou via bancos”.

A principal barreira para o pequeno varejista online ainda é a falta de informação, observa o consultor do Sebrae-SP, Gustavo Carrer. “Existem mecanismos de logística e plataformas bem acessíveis para a formação de uma cultura exportadora, mesmo para quem é muito pequeno”. Site, manuais e material de divulgação devem estar em inglês e/ou em espanhol, idiomas básicos, sugere Carrer.

Outra recomendação é estar bem posicionado nas buscas do Google. Os links precisam ser encontrados quando o consumidor estrangeiro digitar a palavra desejada: “Se o vendedor tiver um domínio local (‘.au’ para Austrália, ‘.it’ para Itália etc.) e o site estiver traduzido para esses idiomas, ele ganha relevância”, explica Guasti. E a entrega das mercadorias no destino pode ser resolvida com uma parceria com os Correios. O serviço Exporta Fácil é um aliado de quem está começando ou já exporta. Os Correios aceitam enviar até 40 quilos por pacote e US$ 50 mil por remessa.

Pedras, pipocas e polpas

 Já configurada para encontrar novos clientes além das fronteiras está a Nativa Gems, do Rio Grande do Sul, especializada em joias e pedras (ágatas, quartzo, cristais e ametistas). O site está exclusivamente em inglês desde 2007. Seu proprietário Richard Katz, ex-jornalista, herdou do pai a empresa física e a transformou num e-commerce. A Nativa possui clientes, distribuidores e atacadistas em mais de 50 países e, internamente, compra de 20 fornecedores, todos pequenos produtores, artesãos e beneficiadores do Brasil. “Crescemos 150% no ano passado e dobramos o número de funcionários para 18. Esperamos o mesmo desempenho em 2016”, informa Katz.

Denise Piantola, proprietária da Poppin’Corn, especializada em pipocas gourmet, fechou a loja de São Paulo que existia desde 2014, e em julho passado passou a comercializar só pela internet. Depois de ficar conhecida em feiras, eventos e mercados no País, começou a receber pedidos da Irlanda e de Portugal. A primeira negociação para um empório da cidade irlandesa de Cork, em setembro, foi pequena – 25 embalagens de 60 gramas cada –, mas, como a pipoca chegou corretamente duas semanas depois (foi retirada numa agência local dos Correios) e foi aprovada, o cliente pediu mais mil embalagens em dezembro. Cada pacote foi comercializado a U$ 1,50 (embora a moeda local seja o euro), e o pagamento feito no Banco do Brasil. “Foi na base da confiança”, conta Denise.

Clique aqui e leia a matéria na íntegra, publicada na revista C&S

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