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Editorial

Alta nos preços de educação e saúde impulsiona custo de vida do paulistano em fevereiro

De acordo com a FecomercioSP, custo de vida na região metropolitana de São Paulo registrou altas de 0,98% no mês e de 10,98% em 12 meses

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São Paulo, 23 de março de 2016 - O custo de vida na região metropolitana de São Paulo apresentou elevação de 0,98% em fevereiro, pressionado pelos grupos de Educação e Saúde. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 10,98%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

Os grupos de Educação (6,26%) e Saúde (1,11%) foram os que mais impactaram para o aumento do custo de vida em fevereiro, já que, juntos, representam mais da metade da alta registrada. No mês, o grupo de Alimentação e bebidas apresentou elevação de 0,50% e os principais aumentos de preços no varejo foram vistos em itens como merluza (12,89%), uva (10,63%), feijão-carioca (7,74%), cenoura (7,67%), presunto (7,08%) e mamão (6,39%). 

Já o grupo de Artigos do lar exerceu a terceira maior pressão de alta do mês ao registrar elevações de 2,18% em fevereiro e de 10,31% no acumulado dos últimos 12 meses. Dos nove grupos que compõem a CVCS, somente o de Vestuário apresentou decréscimo em fevereiro (-0,11%). 

As classes B e A foram as que mais sentiram a alta do custo de vida e apontaram acréscimos de 1,24% e 1,06%, respectivamente; enquanto na classe C, o aumento foi de 0,94%, e nas E e D, a elevação foi de 0,61% em ambas. 

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, se de um lado a fraqueza da atividade econômica indica que as altas nos preços perdem força, de outro, a incerteza política faz com que muitos agentes antecipem o pior e acabem aderindo a uma inflação preventiva na desconfiança de que as autoridades econômicas tenham perdido o controle da situação. 

IPV

O Índice de Preços no Varejo (IPV) encerrou fevereiro com alta de 0,95% ante 0,92% em janeiro, o que totalizou uma inflação de 10,46% nos últimos 12 meses. Trata-se da 18ªalta consecutiva do indicador. A principal influência veio do aumento de 1,06% no grupo de Transportes, sendo que no acumulado dos últimos 12 meses a alta foi de 10,67%. O segundo maior impacto foi registrado no grupo Artigos do Lar, que cresceu 2,12% em relação a janeiro, enquanto no acumulado de 12 meses apresentou elevação de 10,35%. 

Outro setor que contribuiu para a inflação no varejo em fevereiro foi Alimentação e bebidas, com altas de 0,73% e 12,36% em 12 meses - maior acumulado entre todos os demais segmentos avaliados pelo IPV. 

O aumento dos preços do varejo afetou tantos as famílias com rendimentos menores quanto as que contam com maior renda mensal. Na classe E, a variação mensal foi de 0,96%, e na classe B, de 0,95%. Por outro lado, a classe A registrou alta de 0,66%, a menor entre todas as famílias pesquisadas. 

IPS

O Índice de Preços de Serviços (IPS) registrou alta de 1,02% em fevereiro no comparativo com janeiro. Apesar da elevação no mês, o resultado é favorável se comparado com a registrada em fevereiro de 2015, quando os preços de serviços apresentaram acréscimo de 1,32%. No acumulado de 12 meses, a elevação foi de 11,51%. 

Os preços dos serviços de Educação foram os que mais contribuíram para o resultado do IPS em fevereiro, com alta de 6,62%, que corresponde por mais de 74% do resultado geral do índice. Os maiores acréscimos foram observados no grupo Educação, com destaques para: educação infantil (12,43%), curso preparatório (11,71%), ensino fundamental (10,31%) e ensino médio (10,14%). 

As famílias das classes A e B foram as que mais sentiram o avanço dos preços de serviços, com altas de 1,4% e 1,5%, respectivamente, no mês. Já as classes E e D foram as menos afetadas, com altas de 0,19% e 0,07%, respectivamente. 

Para os próximos meses, a FecomercioSP estima que a inflação acumulada em 12 meses tende a se reduzir, tendo em vista que as variações atuais são ainda altas, contudo, ligeiramente inferiores às observadas em 2015. Além disso, segundo a Entidade, os preços médios para habitação devem recuar em razão de uma possível redução nos preços da energia elétrica. Contudo, outros setores ainda aguardam possíveis aumentos ao longo do ano, como os medicamentos - que a partir de 31 de março devem ser reajustados a uma taxa estimada de mais de 10% -, e os custos produtivos e de distribuição da economia como um todo, que continuam elevados. 

Metodologia

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV de 181 produtos de consumo. 

As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.

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