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Imprensa

Alta nos preços de habitação foi determinante para aumento de 11,56% no custo de vida em 2015

Segundo a FecomercioSP, aumento superou os 13% nas classes D e E

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São Paulo, 22 de janeiro de 2016 - Em 2015, o custo de vida na região metropolitana de São Paulo aumentou 11,56% na comparação com 2014. Entre os nove grupos pesquisados, Habitação foi o principal responsável pela alta do indicador e acumulou 20,93% no ano. Com isso, o grupo respondeu por cerca de 30% de toda a alta observada em 2015. No comparativo mensal, em dezembro, a elevação foi de 0,97%, ante os 0,83% observados em novembro; e em relação ao grupo Habitação, os preços avançaram 0,21%, ante 0,69% no mês anterior.

Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O grupo de Alimentação e bebidas foi o segundo que mais pressionou o indicador em 2015: com alta de 11,64%, ele foi responsável por 22% da variação total acumulado do ano. Já em dezembro, os preços do grupo apresentaram incremento de 0,99%, ante os 1,2% em novembro. Já no setor de Transportes, a variação foi 2,08% em dezembro - a maior registrada no mês -, ante o aumento de 1,05% verificado em novembro. No acumulado do ano, o avanço foi de 11,81%.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, os grupos que que registraram altas mais expressivas nos preços em 2015 foram exatamente os que possuem maior representatividade no orçamento médio familiar, constituídos por itens essenciais no consumo das famílias. Somados, os gastos nas três atividades (Habitação, Alimentação e bebidas e Transportes) respondem por 60% de todo o orçamento das famílias na região metropolitana de São Paulo.

No ano, as classes D e E foram as mais afetadas pela elevação dos preços, com acréscimos de 13,48% e 13,58%, respectivamente. Já as classes A e B encerraram o ano com alta de 9,74% e 10,59%, respectivamente, o que mostra que as classes com menores rendimentos foram as que mais sentiram o impacto no custo de vida, já que os itens de primeira necessidade têm maior peso no orçamento desses segmentos.

IPV
O Índice de Preços no Varejo (IPV) encerrou o último mês do ano com variação positiva de 1,02%, ante 1,45% em novembro. Trata-se da 16ª alta consecutiva do indicador.

As classes de menor rendimento foram as que mais sentiram as altas dos preços do varejo em dezembro. Na classe E, a elevação foi de 1,14%. Na classe D, o aumento foi de 1,21%. Já nas classes A e B, as elevações dos preços foram de 0,75% e 0,91%, respectivamente.

No acumulado de 2015, o crescimento foi de 10,26%. Já a taxa média do IPV encerrou o ano em 0,82%, exatamente o dobro da média de 2014 (que havia sido de 0,41%).

A contribuição mais relevante para a alta de 2015 veio do segmento de Transporte. O subgrupo Veículos próprios mostrou variação de 4,02%, enquanto o de Combustíveis (veículos) registrou acréscimo de 22,29%, sendo 13,58% a alta de Óleo diesel; 13,73% de Gás veicular; 20,51% de Gasolina; e 33,65% de Etanol.

O segundo maior impacto foi registrado pelo aumento de 12,07% no grupo de Alimentação e bebidas. Os subgrupos que mais se destacaram foram Tubérculos, raízes e legumes (47%), Óleos e gorduras (18,7%), Pescados (18,29%), Hortaliças e verduras (17,92%), Frutas (17,29%), Aves e ovos (15,72%) e Cereais, leguminosas e oleaginosas (15,51%).

IPS
Em dezembro, o IPS registrou elevação de 0,92%, ante 0,18% em novembro, a 19ª alta consecutiva. A dispersão da alta em dezembro atingiu sete dos oito grupos  na comparação mensal. O segmento de Artigos de residência recuou 0,07%, enquanto os demais encerraram o mês com variações positivas. Assim como o apresentado no IPV, as classes D e E foram as que mais sentiram as altas e encerraram o mês com aumentos de 1,63% e 1,54%, respectivamente. Já nas classes A e B, os  acréscimos foram de 0,51% e 0,65%. 

No ano, o IPS registrou elevação de 12,93%. O grupo Habitação, que foi o responsável pela principal influência positiva no indicador, encerrou o ano com alta de 23,85%, pressionado pelo avanço de 30,09% em Aluguel e taxas. Segundo a Entidade, isso se deve aos acréscimos em Energia elétrica residencial (70,96%), Taxa de água e esgoto (19,74%), Condomínio (10,15%) e Aluguel residencial (7,87%).

A segunda maior elevação foi vista no segmento de Alimentação e bebidas (elevação de 10,99%). As variações mais relevantes foram observadas em Café da manhã (15,75%), Cafezinho (14,73%), Cerveja (14,1%), Doces (12,04%) e Refrigerante e água mineral (9,62%).

Para a FecomercioSP, a alta dos preços, somada ao aumento do desemprego, compromete cada vez mais o poder de compra dos paulistanos, com impacto direto nas vendas do varejo.

Para 2016, a expectativa é que a inflação ainda se mantenha elevada. A Federação estima que, no primeiro mês do ano, o custo de vida se mantenha pressionado em virtude do aumento nas tarifas dos transportes públicos e da alíquota do ICMS no óleo diesel. A inflação também será afetada por altas sazonais, como no setor de alimentos, que tende a ser influenciado por questões climáticas, além de já sofrer com pressões de custo.

Metodologia
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV de 181 produtos de consumo.

As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.

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