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Sustentabilidade

Aluna de Administração vence 2º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade com projeto sobre reciclagem

Bruna Dallepiane foi premiada na categoria Estudante

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Aluna de Administração vence 2º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade com projeto sobre reciclagem

No primeiro ano de faculdade, a aluna de Administração Bruna Dallepiane assistiu a uma palestra que mudou o foco de seu curso e até suas perspectivas profissionais. Era uma explanação de Nádia de Souza, que fazia MBA na mesma instituição de ensino, sobre um projeto de reciclagem de lixo. Logo, as duas se conheceram e colocaram em prática o “Projeto Oikos – Reciclar e Preservar”, iniciativa que deu certo e é vencedora da categoria Estudante do “2º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade”. “Depois que vi a apresentação do projeto na primeira semana acadêmica, percebi que aquilo poderia gerar frutos. Abraçamos a ideia e fizemos um projeto-piloto de reciclagem no Distrito Recanto Maestro, onde fica a faculdade”, relata Bruna.

A Faculdade Antonio Meneghetti fica na cidade de São João do Polesine, a 286 quilômetros de Porto Alegre. Até 2008, nenhum dos cerca de 150 moradores do distrito separava o lixo, mas Bruna e outros nove alunos mudaram essa história. Eles começaram um trabalho educativo visitando todas as casas e pontos comerciais. O grupo distribuiu folhetos explicativos, lixeiras e sacolas plásticas biodegradáveis e foi convencendo a população. “Hoje, a gente diz que é um projeto educativo, porque o maior problema do lixo é a mentalidade das pessoas. Elas não se preocupam com o lixo depois que ele sai de casa. Tivemos que fazer um trabalho educativo e palestras mostrando os resultados da reciclagem para que os moradores percebessem os ganhos”, conta.

Ela diz que o projeto mudou a cara da localidade. “As lixeiras já não comportavam mais a quantidade de lixo gerada. Era frequente ver sacos de lixo no chão e lixeiras lotadas esperando o caminhão da Prefeitura. Depois que a reciclagem começou, isso mudou. Recolhemos a maior parte do lixo do distrito. Os moradores viram que quase tudo que jogam fora é reciclável e as lixeiras agora ficam quase vazias.” Quase 100% dos moradores aderiram à ideia, segundo Bruna. “As pessoas se deram conta de que não é a reciclagem pela reciclagem, mas pela qualidade de vida. Viram que o lixo que a gente separa se transforma.” Depois que o material é recolhido, os alunos contam com o apoio de uma cooperativa que, uma vez por mês, visita o distrito e recolhe o resíduo acumulado para depois vendê-lo. O “Projeto Oikos” conta, portanto, com várias etapas e diferentes colaboradores.

A transformação começa dentro da casa das pessoas, com a separação do lixo. O que é orgânico jogam em lixeiras de metal e o que é reciclável vai para os cestos plásticos que os alunos distribuíram pela cidade. Três vezes por semana um dos colaboradores do Oikos percorre a cidade recolhendo o material reciclável. “A gente conseguiu uma pequena caminhonete e um morador que, em troca de uma ajuda de custo, recolhe o lixo. Ele gasta cerca de uma hora para passar por todas as casas.” O material é levado para um contêiner e lá fica armazenado até a cooperativa passar para recolher. O Oikos se aprimorou, levou a reciclagem para ser debatida fora do distrito. Hoje, os alunos da faculdade dão palestras em diversas escolas da região.

As crianças aprenderam a separar o lixo e levaram o ensinamento para dentro de casa. “As crianças são nossos principais divulgadores. Eles contam para os pais o que apreenderam na escola e acabam mudando a situação do lixo dentro de casa. As crianças mostraram que são o meio de educação mais forte”, relata Bruna. O projeto não para de crescer: além da separação de plásticos, vidros e metais, os alunos adquiriram agora um coletor de pilhas e baterias. A turma também se prepara para dar um passo importante para a carreira profissional. “No fim do ano, nossa turma se forma e a gente quer continuar trabalhando com o Oikos. Por isso, estamos arrecadando fundos para montar um depósito, criar uma cooperativa própria e começar a lucrar com o nosso lixo”, afirma. Bruna comemora o sucesso do Oikos e diz que vai se formar sabendo que conseguiu fazer o que no início da faculdade era apenas um sonho. “Eu queria fazer algo a mais pela sociedade”, revela.

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