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Negócios

Ampliar opções de entrega é caminho para rentabilizar comércio eletrônico

Custo do frete é considerado desafio para lojas virtuais

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Ampliar opções de entrega é caminho para rentabilizar comércio eletrônico

Desafio das lojas virtuais, os gastos com entrega dos produtos têm forçado o comércio eletrônico a desenvolver e utilizar novas estratégias que reduzam os custos com o serviço.
 
Para enxugar as contas e tornar o negócio mais rentável, as empresas enfrentam, no entanto, o hábito do consumidor brasileiro, que considera o frete gratuito um incentivador de compras. De acordo com a 30ª edição do Relatório Webshoppers, da E-bit, 50% dos consultados utilizaram a prática de entrega gratuita em junho. Apesar do percentual considerável, a redução em relação ao mesmo período do ano passado, que era de 62%, pode ser vista pelo mercado como a abertura necessária para testar novas modalidades de entrega, como aconselha Thiago Zampieri, que é gerente de e-commerce na Mundomax."Acredito que seja possível mudar o comportamento [do consumidor], mostrando vantagens, já que comprar na internet deixou de ser um 'bicho de sete cabeças' e se tornou uma realidade. Estamos no processo de maturação do comércio eletrônico brasileiro", avalia.
 
A Netshoes é um exemplo de negócio que tem investido em novas formas de entrega, oferecendo para o cliente cinco possibilidades. Com as opções, a empresa flexibiliza preço e prazo para o consumidor. Entre os modelos estão a entrega normal, com prazo de até sete dias úteis nas principais capitais e frete gratuito para compras acima de R$ 100. O consumidor pode optar por tipos mais personalizados, como a expressa, feita em até dois dias úteis, a agendada, a super expressa, realizada no tempo estipulado pelo cliente e, ainda, a super esportiva, que apoia a prática esportiva.
 
De acordo com o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e diretor executivo da E-bit , Pedro Guasti, a estratégia é positiva para os negócios virtuais. "A Netshoes está buscando práticas de mercados consolidados. As empresas estão tentando buscar rentabilidade e uma maneira é reduzir os custos de logística e transporte. Essa é uma boa prática feita em mercados desenvolvidos, como Estados Unidos, Inglaterra e Japão. Quanto mais rápida a entrega, mais conveniente e, com isso, maior o custo", indica. 
 
Para Guasti, a oferta de mais opções de entrega é uma tendência a ser percorrida. "A loja virtual que conseguir atender toda essa demanda e repassar parte do custo para o consumidor terá sucesso", afirma.
 
O gerente de planejamento estratégico da empresa de logística de distribuição Total Express, Alexandre Gonçalves, concorda. "A busca por redução do preço na entrega para o e-commerce, com operação mais eficiente, é a grande tendência quando se fala de logística no comércio eletrônico. É oferecer diversos níveis de serviço com valores diferenciados", analisa.
 
Para Gonçalves, o setor deve apresentar com mais evidência, a partir do ano que vem, novidades nesse sentido, como a compra na internet e retirada em um local físico. De acordo com ele, a alternativa pode ampliar a comodidade do cliente e reduzir os custos para a loja virtual, utilizando, por exemplo, a tecnologia dos chamados 'lockers', que são armários com senhas específicas para ter acesso ao produto adquirido. 
 
Na visão de Gonçalves, o mercado de logística tem desafios similares aos do comércio eletrônico, no que se refere à busca por rentabilidade. "É difícil ganhar dinheiro nesse mercado de compra online e o mercado de logística também sofre com esses desafios. Por isso o Brasil não tem presença de grandes transportadores mundiais", comenta.
 
Zampieri, da Mundomax, acredita que o comércio eletrônico brasileiro deve considerar suas características nacionais para criar novos modelos de entrega. "Até agora o modelo adotado foi cópia do que se vê lá fora. Agora, o gestor de e-commerce terá que pensar em estratégias genuinamente brasileiras", aconselha, considerando a legislação e a infraestrutura do País.
 
Para os pequenos negócios do comércio eletrônico, no entanto, diversificar as opções de entrega ainda não é uma realidade, como comenta Guasti. "As micro e pequenas empresas não têm como fugir dos Correios porque não têm escala para contratar uma empresa que desenvolverá a entrega do produto".

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