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Editorial

Aumento do custo de vida foi maior nas classes A e B em março, aponta FecomercioSP

De acordo com a FecomercioSP, os principais aumentos de preços no varejo foram registrados nos itens mamão (38,97%), uva (27,56%), cenoura (17,15%), couve (13,99%), tangerina (9,70%) e pescada (7,99%)

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São Paulo, 4 de maio de 2016 - O custo de vida na região metropolitana de São Paulo subiu 0,51% em março, pressionado pela alta nos preços de alimentação e bebidas. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 9,84%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

O grupo de Alimentação e Bebidas (1,44%) foi o que mais impactou para o aumento do custo de vida em março, já que, sozinho, respondeu por 63% da alta registrada. Os principais aumentos de preços no varejo foram registrados nos itens mamão (38,97%), uva (27,56%), cenoura (17,15%), couve (13,99%), tangerina (9,70%) e pescada (7,99%). 

No mês, os grupos Artigos do Lar (1,42%) e Vestuário (1,41%) também colaboraram para elevar o custo de vida. Dos nove grupos que compõem a CVCS, três apresentaram queda de preços no mês: Comunicação (-1,9%), Habitação (-0,3%) e Transportes (-0,06%). 

As classes B e A foram as que mais sentiram a alta do custo de vida, com aumentos de 0,60% e 0,55% do CVCS, respectivamente; na classe C, o aumento foi de 0,50%, enquanto nas E e D, a elevação foi de 0,37% em ambas. 

Para a assessoria econômica da FecomercioSP, a valorização do real frente ao dólar tende a continuar favorecendo, mesmo que de forma tímida, a redução dos custos de algumas cadeias produtivas. Além disso, a retração da atividade econômica e o aumento do desemprego estão segurando a alta de preços e levando à desaceleração da inflação. Por outro lado, nota-se ainda forte alta de preços em produtos in natura, o que tende a pressionar o orçamento de quem procura uma alimentação mais saudável.

IPV

O Índice de Preços no Varejo (IPV), registrou alta de 1,06% em março ante 0,95% em fevereiro.. Trata-se da 19ª alta consecutiva do indicador. Em 12 meses, o índice acumula alta de 10,52%. A principal influência veio do aumento de 1,63% no grupo de Alimentos e Bebidas, que em 12 meses acumula alta foi de 13,10% - a maior entre todos os demais segmentos avaliados pelo IPV. 

O segundo maior alta foi registrada no grupo Artigos do Lar, cujos preços cresceram, em média, 1,6% em relação a fevereiro, enquanto no acumulado de 12 meses o grupo apresentou elevação de 10,84%. Outro setor que contribuiu para a inflação no varejo em março foi Vestuário, com altas de 1,41% no mês - e de 7,81% em 12 meses. 

As classes E e D foram as que mais sentiram a alta dos produtos em março, encerrando o referido mês com elevação de 1,19% e 1,23% do IPV, respectivamente. Por outro lado, na classe A a alta foi de 0,93%, a menor entre todas as famílias pesquisadas. 

IPS

O Índice de Preços de Serviços (IPS) interrompeu uma série de 21 meses consecutivos de elevação e registrou leve queda de 0,07% em março no comparativo com fevereiro. Porém, em doze meses, se observa alta de 9,10%.

Os grupos Habitação (-0,65%) e Comunicação (-1,9%) foram os que mais colaboraram para o recuo do IPS no mês. Em Habitação, o recuo de 2,62% em energia elétrica residencial contribuiu para o recuo médio de preços do segmento, que foi possível graças à troca da bandeira tarifária que vinha sendo aplicada para impor um custo adicional aos consumidores no intuito de reduzir o consumo. 

Em contrapartida, apresentaram alta em março os grupos: Alimentação (1,15%); Educação (0,45%); e Saúde e Cuidados Pessoais (0,40%). 

As famílias das classes A e B foram as que mais sentiram o avanço dos preços de serviços, com altas do IPS de 0,21% e 0,30%, respectivamente, no mês. Já as classes D e E foram as menos afetadas, com quedas de 0,91% e 0,89%, respectivamente. 

Para os próximos meses, a FecomercioSP estima que o aumento do desemprego deva enfraquecer a atividade econômica e colaborar para a desaceleração da inflação, especialmente para os bens semiduráveis e serviços, que são preteridos aos bens de primeira necessidade em momentos de orçamento apertado. 

Metodologia

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV 181 produtos de consumo. 

As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.

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