Por Alessandra Jarussi

“O País precisar abrir a economia ao comércio internacional. O Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo, com muita burocracia e leis que remetem à época Vargas”. A afirmação é do presidente do Instituto de Análise Política Inter-American Dialogue, Peter Hakim, um dos entrevistados pelo jornalista Adalberto Piotto no documentário “Pensando o Brasil-Burocracia”, gravado no início do ano, nos Estados Unidos. A burocracia é o tema do segundo capítulo da série, lançado nesta terça-feira no canal da Federação no YouTube.

A produção mostra o olhar de diversos especialistas brasileiros e estrangeiros sobre o peso do emaranhado burocrático no desenvolvimento do País.

O diretor do Instituto Brasil do Wilson Center, Paulo Sotero, também ouvido no documentário, afirma que “o grau de interação da economia brasileira com o mundo ainda é muito baixo”, o que a faz perder competitividade.

A opinião é compartilhada pelo conselheiro-sênior do Banco Mundial, Otaviano Canuto. “O Brasil tem índices de exportação e importação e inserção nas cadeias globais de valor muito pequenos. Trata-se de um país que ainda recorre a mecanismos antigos de proteção comercial, e com uma economia muito mais fechada do que poderia e deveria ser”.

Segundo Robert Kaufman, professor de Ciências Políticas da Universidade de Rutgers, “a tendência da política pública, pelo menos, no governo Dilma e talvez antes, no governo Lula, estava longe de uma economia mais aberta”. De acordo com Kaufman, “isso era um pouco intencional, a certo nível, mas também há o problema da ineficiência – os portos são o retrato da ineficiência, assim como os caminhões fazendo filas de quilômetros por dias, além de aeroportos e estradas em péssimas condições”.

Confira abaixo o documentário “Pensando o Brasil-Burocracia” na íntegra.