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Imprensa

Capitais do Centro-Oeste registram quedas nas taxas de endividamento das famílias, mostra FecomercioSP

Em Goiânia, 15% dos lares deixaram de ser inadimplentes, enquanto um quarto das famílias em Brasília não está mais endividado

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Um quarto (25%) das famílias de Brasília saiu da lista de endividamento entre 2019 e 2020. É o que mostra a Radiografia do Endividamento da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) – a maior queda entre todas as capitais brasileiras. Enquanto no fim do primeiro semestre do ano passado, Brasília tinha 81% de lares endividados, esse número foi para 60% no mesmo período de 2020. Em números absolutos, cerca de 200 mil famílias saíram da situação de endividamento no período.
 
A soma das dívidas das famílias em Brasília registrou a segunda maior queda do País (-39%), atrás apenas de Porto Alegre (-42%), assim como a dívida média mensal de cada lar, que caiu 20%: de R$ 2.638 para R$ 2.117.
 
Brasília ainda figura entre as capitais brasileiras com o menor número de famílias com contas em atraso (ou inadimplentes): 13% dos lares, à frente apenas de Rio Branco (AC), com 9%, e de João Pessoa (PB), com 7%. A média nacional foi de 26% no período.
 
Outras capitais do Centro-Oeste
Os resultados positivos também podem ser vistos observando as variáveis de outras capitais da região Centro-Oeste. Entre junho de 2019 e o mesmo mês de 2020, 15% das famílias de Goiânia (GO) saíram da situação de inadimplência – uma das maiores taxas do Brasil no intervalo analisado. No fim do primeiro semestre de 2020, 28% dos lares estavam nesta condição (no ano passado, este número era de 33%).
 
A capital goiana também viu cair em 13% o número de famílias endividadas, o que representa uma redução de quase 60 mil lares na lista de endividamento.
 
Já Campo Grande (MS) se destacou na pesquisa pela diminuição da dívida média mensal familiar (15%): de R$ 2.017, no ano passado, para R$ 1.727, agora.
 
A vizinha Cuiabá (MT), apesar de ter seguido direção contrária e visto um aumento da dívida média mensal de cada família, ainda figura entre as capitais do País em que esta parcela é mais baixa: 24% dos rendimentos do mês vão pagar compensar dividendos (número só acima de Porto Alegre, com 21%, e de João Pessoa, com 20%).
 
Análise da Federação nota que é no Centro-Oeste onde se encontra a maior disponibilidade de crédito formal em relação ao volume da população do País, o que – aliado à renda média mais alta do que o Norte e o Nordeste –, por exemplo, favoreceu as quedas nas taxas de endividamento.
 
Com exceção do DF, onde prevalece a alta renda média em função de grande conjunto de pessoas ligadas ao serviço público, a região tem forte presença do agronegócio, uma das poucas atividades que continuou crescendo em meio à pandemia de covid-19 no Brasil. Por meio da "renda agrícola", cidades no interior do Centro-Oeste puderam passar pela crise com menos dificuldades, cujos impactos também foram sentidos nas capitais.
 
Isso se vê, por exemplo, observando as taxas de famílias com contas em atraso nos Estados da região: Mato Grosso (24,3% dos lares), Goiás (29%) e Mato Grosso do Sul (30,2%) ficaram abaixo da média nacional, que, no fim do primeiro semestre, era de 30,3%. O Distrito Federal ficou um pouco acima: 30,6%.
 
Cresce mais dívidas que famílias no Brasil

Em meio à pandemia de covid-19, o número de famílias endividadas nas capitais brasileiras subiu, no primeiro semestre do ano, a uma velocidade seis vezes maior do que o crescimento do próprio volume de novas famílias: de 10,6 milhões para 11,2 milhões de núcleos familiares com alguma dívida.
 
Enquanto o número de famílias subiu 0,8% (pouco mais de 126 mil novas famílias) em junho de 2020, em comparação a junho de 2019, o endividamento familiar teve alta de 6% (quase 638 mil a mais de lares) no mesmo intervalo de tempo. Dessa forma, não é exagero afirmar que uma família pode obter dívidas antes mesmo de se formar.
 
Segundo os dados, 67,4% das famílias brasileiras vivendo em capitais estavam endividadas no fim do primeiro semestre – número que era de 64,1% em 2019.
 
Nota metodológica

O estudo avalia as dimensões e efeitos sobre as famílias da política de crédito no Brasil entre as primeiras metades dos anos de 2019 e 2020. Para as análises relativas às capitais brasileiras, foram usadas as seguintes bases de dados primários: IPCA, Contagem da População, PNAD Contínua e Pesquisa de Orçamento Familiar, todas do IBGE, e as taxas mensais de endividamento, comprometimento da renda e taxa de famílias com contas em atraso constantes da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
 
A PEIC, realizada pela CNC em todas as capitais brasileiras, entrevista mensalmente mais de 17 mil pessoas nestas cidades, produzindo, de forma direta, mais de 100 mil questionários em cada semestre analisado, com dados informados de maneira direta pelos consumidores sobre a sua realidade de endividamento, a capacidade de pagamento e o perfil e a situação de suas dívidas. Por meio dos valores totais das 27 capitais, tem-se uma margem de erro de apenas 0,73 ponto porcentual (p.p.). Todos os valores foram atualizados para julho de 2020, a fim de viabilizar a comparação entre eles.

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