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Economia

Captação da poupança cai no 1º trimestre de 2016

Resultado reflete o aperto financeiro vivido pelas famílias brasileiras e a perda de atratividade dessa modalidade de aplicação

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Captação da poupança cai no 1º trimestre de 2016

A diminuição dos níveis da poupança traz dificuldades para o sistema de crédito
(Arte TUTU)

O cenário composto por inflação, juros e desemprego em alta, ao lado do crédito mais escasso, faz com que os brasileiros resgatem mais recursos da poupança por causa de dificuldades financeiras ou em busca de aplicações mais rentáveis. 

Dados do Banco Central apontam que, no primeiro trimestre de 2016, a captação líquida da caderneta de poupança apresentou resultado negativo de R$ 24,050 bilhões, cifra 3,23% superior aos R$ 23,230 bilhões no mesmo período do ano passado. 

Trata-se de uma tendência cada vez mais clara desde o ano passado. Enquanto em 2014 os depósitos somaram R$ 1,640 trilhão e as retiradas R$ 1,615 trilhão, perfazendo uma captação líquida positiva de R$ 24,033 bilhões, em 2015 os depósitos somaram R$ 1,906 trilhão e as retiradas R$ 1,959 trilhão, alcançando a captação líquida negativa de R$ 53,567 bilhões. 

O resultado negativo reflete a perda de atratividade dessa modalidade de investimento, cuja remuneração é de 6% ao ano mais Taxa Referencial (TR), enquanto a Selic está em 14,25% ao ano. Adicionalmente, com o agravamento da crise, as famílias resgataram suas reservas financeiras para quitar dívidas antigas ou manter o padrão de consumo. 

A diminuição dos níveis da poupança traz dificuldades para o sistema de crédito,  uma vez que a grande maioria dos recursos é direcionada ao financiamento imobiliário, por meio do Sistema Financeiro da Habitação. 

Retiradas

Desde o ano passado, os resultados da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), realizada pela FecomercioSP, mostram queda na proporção de paulistanos que optam por aplicar na caderneta de poupança. 

Em março, 40,8% dos entrevistados declararam possuir algum tipo de aplicação financeira (poupança, renda fixa, ações, previdência privada etc.). Entre eles, 69,1% possuíam recursos aplicados na poupança, queda de 7,8 p.p. em relação a março de 2015 (76,9%). Por outro lado, a proporção que investe em renda fixa subiu 8,4 p.p., passando de 10,4% em março de 2015 para 18,8% no mês passado. 

Dessa forma, para aqueles consumidores que não estão em dificuldades financeiras, a migração para aplicações com rendimentos melhores do que a poupança tem sido uma alternativa viável. 

Como não há perspectiva de melhora do cenário econômico em curto prazo, fortemente impactado pela crise política que se alonga, a expectativa é de que os brasileiros continuem necessitando de aportes de recursos em suas finanças, a fim de manter o nível de consumo ou quitar dívidas contraídas anteriormente. 

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