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Imprensa

Carga tributária e competitividade são desafios para o mercado da moda

Fórum realizado por FecomercioSP e Estadão discutiu desafios, tendências de negócios e comportamento do consumidor digital no setor

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Carga tributária e competitividade são desafios para o mercado da moda

A instabilidade política, a alta carga tributária e os desafios da competitividade foram os principais pontos debatidos durante a 2ª edição do Fórum Negócios da Moda, promovido ontem (2) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em parceria com o Estadão, na sede da Entidade, em São Paulo.
 
O diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Fernando Pimentel, informou que, embora o Brasil represente a maior cadeia produtiva do ocidente, ainda existem dificuldades encaradas pelo varejo em relação ao tributo. "As empresas que seguem a formalidade estão sofrendo com a alta carga tributária e, como solução, deve ser criado um regime tributário competitivo, para que o empreendedor possa competir além do Simples e faturar livremente", disse.
 
Por sua vez, José Galló, presidente da Renner, destacou o "diferencial competitivo" como alternativa para o empresário se sobressair no mercado. "O empreendedor, na sua maioria, começa o negócio implantando seus interesses na empresa, sem avaliar o que o consumidor deseja de fato", explica. O executivo sugere que a companhia deva pensar no que o cliente deseja e se adaptar a ele.
 
Apostar em multimarcas foi um dos pontos abordados pelo presidente da Arezzo, Alexandre Birman. "Essa estratégia dá a possibilidade de ampliar a nossa atuação e, consequentemente, aumentar o faturamento", disse. Por outro lado, Luís Taniguchi, do Senac, destacou a necessidade de uma governança que consiga enxergar além da receita da empresa, e também de um planejamento que alie eficácia e eficiência.
 
O papel dos fast fashions foi retratado por Letícia Abraham, da WGSN e pelo estilista Alexandre Herchcovitch durante o fórum. Letícia disse que este segmento viabiliza o acesso a vários produtos, mas que deve existir consciência da cadeia produtiva e da qualidade do produto que é comprado.
 
Já Alexandre ressaltou que todo novo negócio sempre possui dois lados. "Vivemos em um momento de equilíbrio, pois as pessoas não estão mais comprando de forma inconsciente e começaram a perceber que esse gasto excessivo poderia ser aproveitado de outra forma", pontuou.
 
A representante da Lectra, Adriana Papavero, falou sobre a moda 3D, cujo novo modelo de negócios também é utilizado por grandes grifes. "Essas empresas colocam suas criações no manequim virtual e, com mais precisão, conseguem ter noção do caimento da roupa", explicou.
 
E-commerce
Durante o painel "O comportamento do consumidor no mercado digital", o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e vice-presidente de Relações Institucionais do Buscapé Company, Pedro Guasti, abordou questões como o panorama da internet e do e-commerce mundial.
 
Atualmente, segundo dados do E-bit, 41% da população mundial utiliza a internet. No Brasil, 141 milhões de brasileiros - 69% da população -, possui um telefone celular e 10% das vendas do e-commerce são realizadas pelos devices. Em 2015, 102 celulares são vendidos por minuto no País.
 
Com relação ao segmento de moda e acessórios, o presidente expôs que o setor esteve na sexta categoria em faturamento e está em primeiro lugar em volume de pedidos. Cosméticos e eletrodomésticos estão na segunda e terceira posições, sucessivamente. O segmento possui a maior satisfação e fidelização do que a média do mercado: 65% contra 62%, segundo o Net Promoter Score (NPS). Os produtos mais vendidos durante o período, em ordem de transações, foram: tênis, sapatos femininos, sandálias femininas, vestidos femininos e sapatos masculinos. Com relação ao público, a classe C se destaca e as mulheres lideram as aquisições online representando 68%.
 
Guasti destacou que o principal motivador para a compra online é o preço e que uma das maiores dificuldades do segmento de moda no e-commerce é a padronização de tamanhos, sendo as roupas o item de maior incidência de trocas. Ressaltou, ainda, que há muito espaço a ser explorado no setor, já que metade da população mundial utiliza a internet e apenas 25% realiza compras online. No Brasil, as vendas online representam de 3% a 4% de todas as operações realizadas.
 
Para conquistar o consumidor virtual, Ana Isabel, da Shop2gether, disse que é necessário investir. "Vender moda é vender serviço. Para que o consumidor tenha essa experiência real, investimos em profissionais da beleza para personificar o produto e torná-lo ainda mais próximo do cliente", falou. Ao mesmo tempo, Costanza Pascolato, consultora de moda, completou dizendo que, antes de tudo, é importante estudar sobre o varejo em sua essência para começar a trabalhar com o comércio digital.

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