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Sustentabilidade

Catadores vivem dura realidade nos lixões do Ceará

A dura realidade dos lixões do Ceará foi tema de reportagem finalista do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade

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Catadores vivem dura realidade nos lixões do Ceará

Centenas de homens e mulheres, sem qualificação nem juventude, com baixa escolaridade e incompatibilidade para cumprir regras e horários, têm na profissão de catador a única alternativa. O cenário e o perfil desenhados pela jornalista Maristela Crispim na reportagem especial “Nós do Lixo”, publicada no jornal Diário do Nordeste, em setembro de 2013, descrevem a dura realidade encontrada nos lixões de 12 cidades do Ceará. A matéria é finalista do 4º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, na categoria Reportagem Jornalística.
 
As histórias de dificuldade dos catadores não são novidade para Maristela, que acompanha o tema desde 2000. “Para quem teve oportunidade, como nós, é difícil compreender o que leva alguém a trabalhar em um lixão. E eles não querem aterros sanitários, não querem se organizar em cooperativas, preferem ganhar menos a ter que dar satisfação e ter produção controlada”, constata. No Nordeste e no Ceará, segundo ela, a concentração de lixões é maior porque há menos indústrias e, portanto, menos reciclagem. Mas o problema é nacional e acontece também no Sudeste e em São Paulo, afirma.  

Em agosto de 2013, a um ano da entrada em vigor da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que propõe o fim dos lixões, a ideia da reportagem era ressaltar a ausência de políticas públicas, a desorganização, a falta de educação ambiental nas escolas e até a falta de hábito do brasileiro, que ainda não possui a cultura da reciclagem. “Existe solução, o que me incomoda um pouco é como as coisas acontecem devagar. Aos governos, por exemplo, não cabe apenas organizar o aterro sanitário, eles devem arranjar um jeito de incluir os catadores, que são as pessoas que mais conhecem o lixo. Eles são a melhor mão de obra para selecionar e enviar o lixo para a indústria recicladora”, acredita Maristela. 

Além de retratar o abandono no qual vivem os catadores e apontar as dificuldades para a aplicação da PNRS na data prevista, Maristela aponta alternativas, entre elas o uso do lixo como fonte de energia (biomassa); o investimento no potencial da reciclagem, que gera emprego e mostra a viabilidade econômica dos resíduos sólidos; e a discussão sobre o impacto da implantação de consórcios na vida dos trabalhadores dos lixões. “Quando a pessoa joga fora o lixo, ela está se livrando, não quer saber o que acontece depois. Nossa ideia é trazer um pouco dessa realidade para o debate”, conclui. 

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