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Economia

Com melhora do ambiente político e queda da inflação, Banco Central deve reduzir Taxa Selic

Segundo análise da Entidade, em setembro, a autoridade monetária optou por recuperar a confiança dos agentes, mas em outubro deve apostar na queda da taxa para retomar o crescimento econômico do País

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Com melhora do ambiente político e queda da inflação, Banco Central deve reduzir Taxa Selic

A FecomercioSP entende que o Banco Central já tinha condições de reduzir a taxa de juros no mês passado, mas compreende o excesso de zelo
(Arte TUTU)

Com um cenário político mais estável e com queda da inflação, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) acredita que o Banco Central tem todas as condições necessárias para reduzir a Taxa Selic e chegar a pelo menos 14% ao ano, em outubro. As dúvidas sobre o ambiente político foram diminuídas ao mesmo tempo em que os indicadores de inflação mostraram um forte recuo em setembro. O Banco Central vinha sendo conservador na espera de argumentos que pudessem possibilitar uma redução de juros sem que houvesse a menor possibilidade de quebra de confiança dos agentes na atuação da autoridade. 

A FecomercioSP entende que o Banco Central já tinha condições de reduzir a taxa de juros no mês passado, mas compreende o excesso de zelo. A autoridade monetária optou por recuperar a confiança dos agentes, depois de tanto tempo sendo paciente com a inflação. Na análise da Entidade, a gestão atual do BC pagou um preço excessivo pela gestão temerária anterior, que reduziu juros quando não devia e viu a inflação superar os 10% com passividade. O Banco Central também indicou em vários documentos, pronunciamentos e atas que acreditava na aprovação das reformas, mas queria esperar para ver. 

De acordo com a Federação, a desconfiança do BC não chega a ser sem sentido, mas agora, com a votação expressiva a favor da PEC 241, sobre o teto de gastos, mostra que de fato o novo governo não só está comprometido com o ajuste austero, mas também reúne condições políticas para aprovar essa e outras medidas necessárias ao bom andamento da economia. 

A taxa de câmbio se manteve valorizada, o que também facilita a ação do BC e, mais importante na lógica do Copom, a inflação bastante resistente deu sinais muito claros de que finalmente foi esvaziada por uma crise que já dura mais de dois anos. Demorou, mas a FecomercioSP aponta que os efeitos da recessão chegaram ao IPCA que registrou a menor taxa para setembro desde 1998: 0,08%. 

Com isso, tudo leva a crer que a resistência inflacionária apesar da crise se devia a uma perda enorme de confiança dos agentes na capacidade do Banco Central em conter os preços. Ou seja, mesmo com forte queda da demanda, os agentes não viam no BC ou no Governo anterior condições de implementar ajustes e políticas de equilíbrio macro e, portanto, o País caminhava para recessão e inflação. Esse fenômeno explica o excesso de conservadorismo da administração atual do Banco Central, que visava recuperar a confiança perdida mostrando comprometimento com o controle do poder de compra do Real. 

Neste ambiente, a FecomercioSP acredita que o Banco Central pode baixar juros sem colocar em risco a seriedade de seus objetivos de combate à inflação.  A autoridade financeira sabe que a situação econômica é ruim e percebe que a inflação dá sinais muito claros agora de desaceleração com variação próxima de zero em setembro. 

A Entidade reconhece que essa diretoria do BC fez um excelente trabalho em recuperar a confiança e agora acha que o banco perderia tempo se tentar ser mais realista do que o rei. Para continuar o bom trabalho, segundo a Federação, agora é necessário colocar em prática aquilo para o que o Banco Central e o governo fizeram grande esforço com a colaboração e paciência da sociedade e do setor privado: retomar a rota do crescimento.

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