Negócios
23/09/2024Como implantar a agenda ESG nos processos, do fornecedor ao cliente?
‘Mercado & Perspectivas’ de setembro conversa com Lívia Lopes, líder de Impacto Positivo e ESG da Pernambucanas
Como a Pernambucanas, uma das marcas mais enraizadas na mente dos consumidores, incorpora as práticas sustentáveis nos seus processos? Lívia Lopes, líder de Impacto Positivo e ESG da companhia, acredita que o que tem direcionado esse caminho é o modelo de negócio caraterizado pela inclusão produtiva de pessoas e de fornecedores, além do olhar atento às mudanças climáticas. Em outros termos, trata-se de permitir que as pessoas consigam traçar uma evolução da própria carreira a partir de um propósito na empresa, de gerir a diversidade no negócio e de rastrear de forma sustentável toda a cadeia produtiva envolvida com a marca.
“Hoje, 100% dos nossos fornecedores são certificados pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvetex). Além disso, o fornecedor do nosso fornecedor também tem a sua cadeia produtiva auditada para garantir que seja livre de trabalho escravo e que tenha todos os processos trabalhistas atendidos no negócio, além dos aspectos legais e ambientais”, esclarece Lívia, no mais recente episódio do mesacast Mercado & Perspectivas, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). “O aspecto da transparência sobre esses processos nos faz chegar a um patamar diferente no mercado”, acrescenta.
Integração com a cadeia de negócio
Nesse sentido, a executiva também reforça a preocupação com o escopo de atuação em torno da emissão de carbono. “Nosso maior desafio de descarbonização está na cadeia de fornecimento e a nossa peça. Dessa forma, não adianta comprarmos mais crédito de emissão se, ao mesmo tempo, não conversarmos com o fornecedor para que cheguemos a novas soluções e novos processos para o negócio. A saída, para isso, tem sido sistêmica, ou seja, conjunta, ocorrendo desde a extração da matéria-prima até a pós-venda ao cliente.”
Para tanto, Lívia complementa, essa articulação com o fornecedor precisa ocorrer com parcimônia, sem uma visão punitiva sobre os processos fora de conformidade, ao possibilitar um tempo de reabilitação das novas práticas. “Isso traz um viés econômico muito atrativo. A redução do carbono significa buscar novas formas de eficiência energética e de equilíbrio da redução da emissão dos caminhões. As soluções que incorporamos são eficazes.”
Da mesma forma, outra grande tarefa é, também, integrar o consumidor. “O grande vetor de impacto ambiental de uma peça jeans, por exemplo, está muito mais em seu ciclo de vida do que na produção, conforme mostram as pesquisas. O nosso maior desafio é fazer com que essa informação chegue ao consumidor. As gerações de clientes mais novas já vêm buscando se integrarem sustentavelmente, e as empresas que não se forjarem a contar essa história ficarão para trás”, conclui.
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