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Economia

Confiança das empresas varejistas de São Paulo atinge menor nível em quatro anos, aponta FecomercioSP

Expectativa dos empresários em relação ao futuro desaba em setembro, registrando menor patamar desde julho de 2020

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Confiança das empresas varejistas de São Paulo atinge menor nível em quatro anos, aponta FecomercioSP

O sentimento de pessimismo entre os empresários do varejo paulistano se aprofundou em setembro. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), caiu 5,9%, ao passar de 99,8 pontos, em agosto, para 93,9 pontos, em setembro — é a segunda queda seguida atingindo a menor pontuação desde junho de 2021 [gráfico 1]. No comparativo anual, o indicador exibiu queda de 13,9%, a oitava consecutiva. 

[GRÁFICO 1]

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC)

Série histórica — 13 meses

Fonte: FecomercioSP 

De acordo com a FecomercioSP, o cenário é marcado por incertezas e preocupações com a desaceleração da atividade econômica. Como a Entidade já havia alertado, embora as vendas estivessem apresentando bons resultados, o dia a dia das empresas ainda é de muita dificuldade, com margens apertadas, crédito caro, empréstimos contraídos durante a pandemia que ainda estão sendo pagos, entre outros fatores que afetam a rentabilidade e a lucratividade. Os dados de negócios em recuperação judicial ou que faliram comprovam esse quadro difícil, que reflete na confiança. 

Os três componentes do ICEC — o Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) e o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) — recuaram no comparativo mensal [gráfico 2]. A escala de pontuação varia de 0 (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total), sendo que a fronteira dos 100 pontos separa o pessimismo do otimismo. 

[GRÁFICO 2]

Subíndices do ICEC — ICAEC, IEEC e IIEC

Agosto de 2024 a agosto de 2025

Fonte: FecomercioSP 

O recuo de 6,5% do ICAEC, marcando 69,1 pontos em setembro, evidencia esse sentimento de insatisfação e de extrema dificuldade para manter as operações rotineiras, agravado pelos juros elevados e pela desaceleração e, até mesmo, pela queda nas vendas. É o menor patamar desde julho de 2021 e está 15,7% abaixo do registrado em setembro do ano passado. Além disso, é o item de pior avaliação do ICEC — é o 31º mês consecutivo em que o ICAEC se mantém na linha do pessimismo.  

A política econômica com aumento de impostos e os juros elevados também estão afetando as expectativas dos empresários quanto ao futuro, como mostra o IEEC. O indicador caiu pelo terceiro mês seguido, com variação negativa de 7,7% registrando  113,7 pontos em setembro, a menor pontuação desde julho de 2020, período da pandemia. No comparativo anual, a queda é ainda mais expressiva (-19%).  

Voltando para a zona de pessimismo, o IIEC passou de 102,3 pontos, em agosto, para 98,9 pontos, em setembro — queda de 3,2%. Na avaliação da FecomercioSP, com o indicador flutuando em torno dos 100 pontos nos últimos meses, os empresários estão adotando uma postura mais cautelosa em relação a novos investimentos frente à insegurança e aos juros elevados.  

Grandes empresas voltam para zona de pessimismo após 5 anos

Na segmentação por porte, a confiança das grandes empresas (acima de 50 funcionários) voltou a ficar na zona de  pessimismo após cinco anos, desde a pandemia. O ICEC das grandes companhias paulistas caiu 10,9%, ao passar de 107,3 pontos, em agosto, para 95,6 pontos, em setembro. 

Esse recuo foi motivado, principalmente, pela deterioração das expectativas em relação ao futuro, que caiu 14,6% em setembro, registrando 104,2 pontos, menor patamar desde julho de 2020. Entre maio e setembro, essas expectativas desabaram 26,1%.  

Já a percepção das grandes empresas quanto ao momento atual, medida pelo ICAEC, está na zona de pessimismo pelo sétimo mês seguido. Em setembro, caiu 10,2%, passando de 82 para 73,7 pontos, menor patamar desde setembro de 2020. O IIEC também recuou: -7,6% em relação a agosto, marcando 108,8 pontos. 

O ICEC das pequenas empresas (até 50 empregados) recuou 5,7%, ao passar de 99,6 pontos, em agosto, para 93,9 pontos, em setembro, assim como seus componentes. O ICAEC, por sua vez, retraiu 6,4%, marcando 69 pontos, menor nível desde julho de 2021. O IEEC sofreu queda de 7,5% (para 113,9 pontos) e o IIEC caiu 3,1% (para 98,7 pontos). 

Um dado que chama a atenção é que as expectativas das grandes empresas em relação ao futuro estão piores do que as das menores. Em setembro, o indicador foi de 104,2 pontos para as grandes, contra 113,9 pontos para as pequenas. O resultado preocupa, já que, em geral, as grandes empresas costumam ser mais bem informadas sobre movimentos e tendências de mercado. Isso pode indicar que essas organizações já estejam antecipando um cenário de desaceleração — e até mesmo de crise — para 2026. 

Expectativa de contratação de funcionários é a pior desde 2020 

O Índice de Expansão do Comércio do Município de São Paulo (IEC), também medido pela FecomercioSP, registrou, em setembro, a segunda retração consecutiva. O indicador recuou 4,4%, passando de 105,7 para 101 pontos [gráfico 3]. 

[GRÁFICO 3]

Índice de Expansão do Comércio (IEC)

Agosto de 2024 a agosto de 2025

Fonte: FecomercioSP 

Após as principais datas comemorativas do varejo no primeiro semestre — como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, além do Dia dos Pais, em agosto —, o subíndice que avalia a Expectativa de Contratação de Funcionários (ECF) apresentou queda de 6,2%, ao passar de 114,7 para 107,6 pontos. Esse resultado, que representa a segunda baixa seguida, marca a menor pontuação desde maio de 2021, durante o período mais crítico da pandemia. Na comparação anual, o recuo é ainda mais expressivo (-12,3%).

Outro componente do índice, o Nível de Investimento do Empresário (NIE), também sofreu retração em setembro, caindo 2,3% e alcançando 94,5 pontos. O indicador segue abaixo da marca dos 100 pontos, na zona de pessimismo, refletindo a postura conservadora dos empresários quanto a investimentos em máquinas, equipamentos, reformas e abertura de lojas. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda acumulada é de 2,9%.  

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