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Editorial

Confiança do consumidor paulistano cai novamente em abril, aponta FecomercioSP

Componente que mede a percepção em relação às condições econômicas atuais registrou queda de 45,5% em comparação com abril do ano passado e atingiu o menor patamar desde maio de 1999

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São Paulo, 26 de abril de 2016 - Em abril, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu 87,7 pontos, queda de 1,8% em comparação ao mês anterior, quando registrou 89,3 pontos. Já na comparação anual, o recuo foi de 13,7%. A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e a escala de pontuação varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total).  

De acordo com a assessoria econômica da Entidade, o resultado foi influenciado, principalmente, pela piora da avaliação dos consumidores em relação ao momento atual. O Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA), um dos subíndices que compõem o indicador, caiu 3%, ao passar de 53,5 em março para 51,9 pontos em abril, o menor patamar desde maio de 1999. Já o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), o outro componente do ICC, registrou queda de 1,5%, ao passar de 113,2 pontos em março para 111,5 pontos em abril. 

O indicador até ensaiou uma recuperação na virada do ano, a qual não parecia sustentável, conforme alertaram os economistas da Federação, já que a economia seguia em trajetória de deterioração, com juros altos, inflação elevada e aumento do desemprego. Em abril, por causa principalmente da piora do mercado de trabalho, o indicador registrou a sua segunda queda mensal consecutiva, voltando assim ao patamar de dezembro. 

Para a FecomercioSP, parte do recuo das vendas é explicada pela excessiva cautela dos consumidores, que vêm reduzindo o consumo, privilegiando os gastos em bens de primeira necessidade e evitando se endividar. A melhora do ambiente político, acompanhada pelo rápido anúncio de medidas de ajuste da economia, portanto, pode colaborar para a retomada da confiança dos consumidores e, consequentemente, das vendas do comércio. 

Gênero e renda

O resultado apurado pelo ICEA mostrou que o segmento com maior contribuição para a queda do indicador foi o dos consumidores com renda familiar inferior a 10 salários mínimos, entre os quais o indicador passou de 54,8 pontos em março para 48,4 em abril, ou seja, queda de 11,6%. Já os consumidores de maior renda demonstraram melhora na avaliação das condições atuais, com o ICEA deles passando de 50,7 para 59,2 pontos em abril, alta de 16,7%.  

A mesma movimentação foi observada no IEC. O indicador que mede a expectativa do consumidor de menor renda caiu 2,5% em abril, para 109,4 pontos, enquanto o dos consumidores de maior renda subiu 0,8%, para 116 pontos. 

Metodologia

O ICC é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.  

Os resultados são segmentados por nível de renda, gênero e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas. 

A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 1990, a equipe econômica da FecomercioSP adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no País, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central. 

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