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Negócios

Conheça a variedade de negócios da Rua Teodoro Sampaio

Local reúne instrumentos musicais, lojas de móveis e comércio popular

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Conheça a variedade de negócios da Rua Teodoro Sampaio

Embora bagunçada, com calçadas estreitas, há uma lógica informal na Rua Teodoro Sampaio, no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Coexistem lado a lado diversos tipos de estabelecimento comercial, entre os quais se destacam os segmentos musical, moveleiro, têxtil e calçadista, além dos sebos, bares e grandes redes de varejo, que ainda dividem espaço com os ambulantes espalhados por ali. A miscelânea começa a partir do Metrô Clínicas, trecho mais íngreme da ladeira e onde predominam as lojas de instrumentos musicais.

É na altura do número 784 que fica a Oficina Ébano. Uma das mais antigas da rua e referência em instrumentos de sopros no Brasil. “Eu tinha acabado de voltar de Dallas, nos Estados Unidos, e não havia ninguém com qualificação. Então abri um pronto-socorro para esse tipo de instrumento”, conta Cuca, exímio em oboé e instalado no local desde 1985.

Dominó e cerveja

Com cada segmento instalado num trecho organizou-se uma rua comercial que não deixou para trás o conceito de vizinhança. É possível perceber as relações amistosas numa parada rápida pelos botequins mais tradicionais, como o Bar do Seu Tutu, onde os antigos moradores se reúnem para uma partida de dominó e uma cerveja no fim da tarde.

Há 57 anos no local, Artur Semedo, o Seu Tutu, ainda se recorda do tempo em que o bonde trafegava pela rua. “A antiga linha circulou até 1967, se não me engano”, conta. “A obra do plano de revitalização da região do Largo da Batata chegou a revelar os trilhos recentemente”, diz.

Mas antes de se chegar ao Largo da Batata, à medida que se desce a ladeira, a rua ganha outro contorno, dividida pela Praça Benedito Calixto, referência cultural e intelectual da cidade. Lá, desde 1987 existe a Feira da Praça, que já faz parte do calendário turístico e de lazer de São Paulo. Trata-se de um evento realizado todos os sábados, das 9 às 19 horas, com participação de cerca de 300 expositores de artesanato variado, obras de arte e antiguidades, além da área de alimentação.

Móveis e decorações

Nas imediações da Benedito Calixto começa outro segmento característico da Rua Teodoro Sampaio, o de móveis. Das lojas de artigos de decoração mais sofisticados, próximas à praça, passa-se aos itens mais populares, um pouco mais abaixo.

O cenário muda à medida que se desce a rua, a começar pelo som dos ambulantes – vendedores de CDs piratas e de gravações caseiras, muitas vezes de autoria própria. De longe é possível avistar o burburinho de pessoas, que se misturam aos ônibus e ao comércio popular das barracas que tomam a calçada até o Largo da Batata.

Trata-se de um local historicamente comercial, conhecido como Mercado Caipira. Dele, surgiu o Mercado de Pinheiros, que recebeu em 1968 um projeto dos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles, os mesmos que depois fariam o projeto do Centro Cultural São Paulo. O mercado manteve a vocação do lugar, tornando-o um subcentro importante na cidade.

Quem foi Teodoro Sampaio

A Rua Teodoro Sampaio foi aberta no fim do século XIX como parte do loteamento chamado Vila Cerqueira César. A denominação homenageia o engenheiro baiano Teodoro Fernandes Sampaio. Ele chegou em São Paulo em 1886 e, quando foi instituída a República, participou ativamente da criação da infraestrutura necessária para que a cidade suportasse o vertiginoso crescimento agrícola e industrial. 

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