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Negócios

Criatividade para driblar a alta do chocolate

Para não perder vendas com o aumento de até 30% na matéria-prima, empreendedoras apostam em novidades, promoções e pesquisas de preço

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Criatividade para driblar a alta do chocolate

FecomercioSP sugere aos empreendedores evitar repassar aumento para o cliente final e apostar em produtos alternativos que caibam no bolso
(Arte/TUTU)

Por Jamille Niero

O preço mais alto do chocolate neste ano vai impactar não só o bolso do consumidor, mas também dos empreendedores que produzem ovos, bombons, trufas e outros itens para celebrar a Páscoa. Com a crise econômica batendo à porta, quem trabalha vendendo chocolate em datas especiais precisou adotar estratégias para não perder vendas.

É o caso das sócias Ana Paula do Nascimento Coelho e Viviane Costa, que há dois anos criaram uma marca para vender ovos de Páscoa com sabores diferentes, como uísque, tequila, entre outros. “Inventamos receitas e, com a ajuda de amigos, criamos a marca. A maior motivação foi a obtenção de renda extra por meio de uma atividade prazerosa. Para a data, fazemos também kits com bombons e trufas”, diz Viviane, psicóloga por formação.

Na Páscoa, as duas costumam vender, em média, 80 ovos. O faturamento bruto chega a R$ 6 mil. Contudo, com o preço da matéria-prima mais alto (de 20% a 30%, segundo Viviane), uma das estratégias das sócias foi absorver a maior parte do reajuste do insumo e lançarem um novo sabor, o de Kinder Bueno. “A expectativa é de vender menos, principalmente em relação ao ano passado. Embora ainda tenha procura, as quantidades compradas estão menores que as do ano passado”, relata Viviane, que majorou os valores em cerca de 10%.

A auxiliar de compras Jéssica Andrade também prevê vender menos ovos de chocolate neste ano. Segundo ela, que oferece doces o ano inteiro – de pão de mel a bolos – a Páscoa é a época na qual seu faturamento é maior: de R$ 4 mil a R$ 5 mil. Com a crise, ela estima que o faturamento sofra queda de R$ 1 mil.

Segundo o levantamento realizado pela FecomercioSP com base nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os chocolates em barra e bombons já subiram 12,35% nos últimos 12 meses até fevereiro – mais do que a inflação média (10,18%), o que poderá se refletir no preço final dos ovos.

Estratégias

Para evitar a queda nas vendas, Jéssica adotou a estratégia de fazer promoções e divulgar seus produtos pelas redes sociais, além de planejar melhor as compras de matéria-prima. “Compro apenas o que vou usar e pesquiso preços e descontos. E aumentei o preço [final para o consumidor], mas não diminui a qualidade nem o tamanho”, explica.

Para a assessoria técnica da FecomercioSP, os empreendedores que trabalham com produtos à base de chocolate devem tentar evitar repassar o aumento dos custos para o cliente final. A principal dica é pensar em produtos alternativos que caibam no bolso do consumidor. Outra tática interessante é tentar negociar o pagamento com os fornecedores, buscando melhores preços e prazos mais alongados, para conseguir receber dos clientes e, só depois, pagar os insumos.

Para atrair o consumidor, vale também oferecer novidades e produtos substitutos aos ovos (como bombons e caixas de chocolate), que costumam ter preços mais em conta.

Foi justamente uma nova opção que atraiu a atenção da engenheira Camila das Neves.  Além do tradicional ovo de Páscoa, ela escolheu no cardápio da empreendedora, de quem é freguesa habitual, uma caixa de brigadeiros. “Aproveitei e comprei uma caixinha de brigadeiros de creme brûlée, porque a minha mãe gosta.”

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