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Economia

Custo de vida na região metropolitana de São Paulo tem alta de 0,75% em dezembro, a maior variação em 2017, aponta FecomercioSP

Indicador encerrou o ano com alta de 3,83%, porcentual bem inferior ao verificado em 2016, quando houve acréscimo de 6,59%

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Custo de vida na região metropolitana de São Paulo tem alta de 0,75% em dezembro, a maior variação em 2017, aponta FecomercioSP

De acordo com a FecomercioSP, houve uma tendência de aceleração na média dos preços nos últimos quatro meses
(Arte: TUTU)

O custo de vida na região metropolitana de São Paulo subiu 0,75% em dezembro, diante do aumento de 0,48% observado em novembro. Esta foi a maior variação ao longo do ano e, com isso, o indicador encerrou 2017 com 3,83% de alta. Em 2016, o acréscimo percebido havia sido de 6,59%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

De acordo com a assessoria econômica da Federação, nos últimos quatro meses houve uma tendência de aceleração na média dos preços, o que reduziu, inclusive, a dispersão de quedas dos grupos que compõem o indicador. No último mês de 2017, apenas dois segmentos, entre os nove que integram a pesquisa, exibiram variações negativas: comunicação (-0,14%) e habitação (-0,01%).

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O segmento de transportes foi o principal responsável pelo aumento do custo de vida. Os preços médios do grupo variaram 1,76% em dezembro, com destaque para os itens passagem aérea (23,23%) e etanol (5,26%), sendo a alta do combustível atribuída a uma maior procura por etanol, em virtude dos reajustes realizados na gasolina. Em 2017, o grupo dos transportes registrou alta acumulada de 4,6% em seus preços médios.

O grupo de alimentação e bebidas foi responsável pela segunda pressão mais relevante em dezembro, com aumento de 1,09%. Embora tenha apontado aceleração significativa, tendo em vista o recuo de 0,14% em novembro, o segmento ainda atinge alta de 0,27% no acumulado de 2017. Com elevação de 0,47% em dezembro, a atividade de saúde também favoreceu a alta do CVCS no mês e ao longo do ano. Os preços desse grupo subiram 6,85% no acumulado de janeiro a dezembro de 2017, a maior alta dentre os componentes do CVCS. O plano de saúde ficou 1,07% mais caro somente em dezembro.

A pesquisa revela que as classes D e E foram as que mais sentiram os aumentos no mês, encerrando dezembro com alta de 0,9% e 0,89%, respectivamente. As famílias que se encontram nessas faixas de renda tendem a destinar uma porcentagem maior de seu orçamento para gastos de primeira necessidade, como alimentação e transportes, e, por isso, sentiram mais os efeitos das variações de preços em dezembro.

IPV
O Índice de Preços no Varejo (IPV) registrou elevações de 0,68% em dezembro e de 1,99% no ano. Em 2016, o indicador havia registrado alta de 6,34%, ou seja, houve uma desaceleração no contraponto interanual.

O grupo de transportes (1,27%) foi o responsável pela maior pressão no IPV em dezembro, motivado pelo aumento de 2,73% nos preços do óleo lubrificante, 2,39% na gasolina, 5,26% no etanol e 1,22% no óleo diesel. O segmento de alimentação e bebidas finalizou o último mês do ano com acréscimo de 0,77% em seus preços médios. Os subgrupos que mais se destacaram em dezembro, impulsionando a alta do indicador, foram: farinhas, féculas e massas (3,15%); açúcares e derivados (0,81%); carnes (1,51%); pescados (0,47%); aves e ovos (2,06%); panificados (2,42%) óleos e gorduras (2,45%); e enlatados e conservas (1,01%).

As atividades de habitação (0,02%); artigos de residência (0,06%); vestuário (0,91%); saúde e cuidados pessoais (0,18%); e educação (1,03%) também assinalaram variação positiva, mas, em decorrência da baixa representatividade no IPV, acabam não perturbando a trajetória dos preços de forma significativa.

As classes E e D foram as que mais sentiram os aumentos dos preços no último mês do ano, encerrando 2017 com variações positivas de 0,74% e 0,73%, respectivamente. As classes A e B foram as menos afetadas pelas oscilações, descrevendo incrementos de 0,48% e 0,57% respectivamente.

IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) registrou aumento de 0,82% em dezembro, ante os 0,58% apurados em novembro. No acumulado do ano, a alta foi de 5,8%. Vale ressaltar que, apesar do medidor de preços dos serviços ter registrado a oitava variação positiva consecutiva, a alta acumulada em 12 meses está em um patamar muito mais baixo que o notado no mesmo período de 2016, quando o IPS exibiu variação de 6,86%.

Entre os oito grupos que integram o IPS, dois encerraram dezembro com variação negativa: habitação (-0,02%) e comunicação (-0,14%). Em novembro, foram transportes (-0,31%) e comunicação (-0,25%).

O grupo de transportes foi o principal responsável pela maior pressão de alta (2,63%) em dezembro. No acumulado de 2017, a elevação foi de 4,17%. Os destaques ficaram por conta de passagens aéreas (23,23%), pintura de veículo (2,49%), estacionamento (1,73%), lubrificação e lavagem (1,71%) e emplacamento e licença (0,37%).

Os serviços ligados ao ramo de alimentação e bebidas apresentaram alta de 1,55% em dezembro. Os subitens que se destacaram foram: café da manhã (2,47%); refeição (1,75%); doces (1,35%); cerveja (1,33%); e lanche (0,74%).

As famílias das classes A e B foram as que menos sentiram o avanço dos preços de serviços no mês, com altas de 0,54%, 0,66%, respectivamente. As classes E (1,15%) e D (1,11%) foram as mais prejudicadas com as altas nos preços médios dos serviços.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, mesmo os medidores dos preços dos produtos e serviços apontando para uma tendência de alta nos últimos meses do ano, a inflação - tanto no Brasil como no Estado de São Paulo - não foi uma preocupação significativa, na média, para o orçamento das famílias. Os preços subiram em patamares muito inferiores aos notados nos dois anos anteriores e, com isso, há uma restrição orçamentária menor na economia e mais disponibilidade de renda para adquirir bens que já não são apenas de primeira necessidade.

A Federação ressalta que é importante ter em mente que nos próximos meses deve haver influência de aumento no indicador de preços por causa do grupo educação (que normalmente é computado em fevereiro), assim como o setor de transportes, que passou por um reajuste nas tarifas públicas no início de janeiro. Os alimentos também deverão mostrar oscilações um pouco mais intensas do que as observadas em 2017, uma vez que há muita expectativa de aumento de custos na cadeia produtiva, e a safra deste ano não deve se manter nos mesmos patamares dos do ano passado.

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