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Economia

“Democracias precisam dar participação significativa aos cidadãos”, diz Michael Sandel

Filósofo diz que pessoas ao redor do mundo sentem que partidos falharam em oferecer políticas adequadas

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“Democracias precisam dar participação significativa aos cidadãos”, diz Michael Sandel

Para Michael Sandel, Brasil deve evitar abrir espaço para soluções extremistas na política
(Tutu)

A polarização entre as opiniões políticas não acontece apenas no Brasil. De acordo com o filósofo e professor de Harvard, Michael Sandel, essa tensão se deve ao problema da falta de participação dos cidadãos nas democracias mundo afora.

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“Isso não é um problema exclusivo do Brasil. As democracias ao redor do mundo enfrentam hoje a questão de como dar aos cidadãos uma participação significativa. Em muitas democracias o que vemos é uma revolta contra as elites e partidos políticos estabelecidos baseada no sentido de que eles falharam em realmente oferecer alternativas significativas na política”, afirma o filósofo em entrevista ao UM BRASIL.

Segundo o autor do livro “Justiça – O que é fazer a coisa certa?”, obra que vendeu mais de 100 mil exemplares no País, a divisão de opiniões deve ser preservada na Democracia, uma vez que o sistema deve proporcionar espaço para que os cidadãos exponham suas ideias.

“As pessoas discordam sobre política, as pessoas discordam sobre valores, mas acho que o que pode ser consensual é a deliberação pública onde todos os cidadãos tenham a oportunidade de expor seus argumentos e defender suas visões sobre o que deve acontecer na política, em suas comunidades e na economia”, ressalta Sandel.

Sobre justiça, que é tema de suas palestras, o filósofo diz que não se trata do desejo da maioria, mas significa “o respeito pela dignidade humana, aos direitos individuais e a liberdade das pessoas decidirem por si mesmas que tipo de vida desejam”.

Na entrevista, Sandel comenta o atual momento político do País. “Acho que é importante olhar o mundo para observar os erros de algumas sociedades democráticas na direção de soluções extremistas, nascidas de raiva e do ressentimento, e tentar resistir a isso, tentar criar um tipo de debate forte o suficiente entre os cidadãos para que o Brasil não seja vítima de soluções extremistas que vemos surgir em algumas outras sociedades democráticas ao redor do mundo”, afirma.

A entrevista faz parte da série “Diálogos que Conectam”, realizada pelo UM BRASIL em parceria com a Brazil Conference – evento realizado anualmente por alunos brasileiros da Harvard University e do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

Confira na íntegra abaixo:

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