Economia
27/11/2025Diálogo com o MDIC reforça consenso sobre riscos de distorções na cadeia têxtil
Em reunião com Alckmin, entidades defendem a abertura comercial e ressaltam que decisões econômicas não podem penalizar empresas, empregos e cadeias produtivas essenciais
Na última segunda-feira (24), representantes do Conselho de Relações Internacionais da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estiveram reunidos com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e com o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira Lima, para apresentar preocupações do setor produtivo diante de medidas que podem elevar custos e comprometer a competitividade da Indústria e do Varejo brasileiros.
O encontro, que ocorreu em clima de diálogo técnico e transparente, teve como ponto de partida a avaliação dos impactos da investigação antidumping sobre malhas de poliéster originárias da China. A FecomercioSP, em conjunto com a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTex), demonstrou que a aplicação de direitos provisórios — como sugerido em recomendação preliminar — poderia criar distorções significativas na cadeia de confecção, setor estratégico para a economia nacional.
Entidades defendem a abertura comercial (Fotos: André Neiva/MDIC)
O encontro teve como ponto de partida a avaliação dos impactos da investigação antidumping sobre malhas de poliéster originárias da China (Fotos: André Neiva/MDIC)
MDIC mostra abertura para construção conjunta de soluções equilibradas e alinhadas com os interesses da economia brasileira (Fotos: André Neiva/MDIC)
Aumento de preços e prejuízos bilionários
Durante a reunião, foi divulgado que a cadeia de confecção movimenta aproximadamente US$ 39 bilhões por ano e emprega mais de 1 milhão de trabalhadores, sendo composta majoritariamente por Micro e Pequenas Empresas (MPEs). A adoção de medidas antidumping, porém, traria ganhos restritos a um segmento muito menor — o de malharia —, enquanto criaria perdas expressivas para o conjunto da economia.
Segundo as estimativas discutidas, a medida poderia resultar em:
- aumento de 5% a 15% no preço do vestuário, repassado ao consumidor;
- perdas líquidas entre US$ 216 milhões e US$ 2,6 bilhões para o segmento de confecção;
- benefícios limitados a cerca de US$ 27 milhões ao setor protegido;
- elevação de custos em uma atividade que há anos ajuda a conter a inflação e sustenta milhões de empregos no País.
Diante desses dados, os representantes do MDIC demonstraram preocupação e se comprometeram a aprofundar as análises antes de qualquer decisão do comitê-executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (GECEX), com o objetivo de evitar que uma medida pontual gere desequilíbrios em uma cadeia produtiva muito mais ampla.
O encontro com o MDIC mostrou abertura para construção conjunta de soluções equilibradas e alinhadas com os interesses da economia brasileira. Ao defender medidas regulatórias como o antidumping, a FecomercioSP reforça o seu compromisso com a sustentabilidade do setor produtivo, com a manutenção de empregos e com o desenvolvimento econômico do País.