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Imprensa

Em São Paulo, inadimplência cai pelo terceiro mês consecutivo

FecomercioSP aponta que 965 mil famílias estão com dívidas em atraso, o que representa 23,9% dos lares; em janeiro, índice era de 25%

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Em fevereiro, a inadimplência entre as famílias paulistanas caiu pelo terceiro mês consecutivo e chegou a 23,9% dos lares. O índice é um pouco menor do que os 25% registrados no primeiro mês de 2023. Em números absolutos, são 965 mil casas que precisam quitar as dívidas em atraso.

Apesar da melhora mensal, o porcentual registrado no segundo mês do ano está acima dos 21,8% vistos no mesmo período do ano passado – o que representa aumento de 93 mil famílias com compromissos não quitados na data do vencimento. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

A inflação mais amena nos últimos meses, a injeção do décimo terceiro salário no fim do ano e o reajuste do salário mínimo explicam este ciclo de queda da inadimplência. Sendo assim, o endividamento seguiu a mesma tendência e recuou dos 73,1%, em janeiro, para os atuais 72,7%. Em número absolutos, 2,93 milhões de famílias têm algum tipo de dívida. Um ano antes, a taxa registrada era de 73%. Mais uma vez, o principal tipo de dívida, entre os endividados, é o cartão de crédito, com 82,8%. A segunda modalidade mais comum é o carnê, com 15,9%.

As reduções da inadimplência e do endividamento se deram em ambas as faixas de renda analisadas pela PEIC. Para o grupo de renda inferior a dez salários mínimos, o endividamento caiu para 75,9%, e a inadimplência, para 29,5%. Para as famílias que ganham acima de dez salários mínimos, as taxas respectivas foram de 63,5% e 9,8%.

Consumidores mais otimistas

Segundo a FecomercioSP, o cenário ficou relativamente mais favorável às finanças domésticas: o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou crescimento pelo sexto mês seguido de 2,6%, em fevereiro. Todos os sete itens analisados pela pesquisa apontaram alta no mês, com destaque para Itens duráveis e Perspectiva de consumo, que subiram 6,7% e 6,3%, respectivamente.

As tradicionais liquidações do início do ano, com boas oportunidades de compras a preço mais baixo, animaram os paulistanos. Além disso, se há uma perspectiva positiva para o consumo nos próximos meses é porque o consumidor está mais seguro em relação ao emprego e à renda – o item Emprego atual subiu 1%. Outra pesquisa de confiança da Entidade, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), também seguiu a linha positiva e apontou crescimento de 2,7%.

De acordo com a FecomercioSP, a população da cidade de São Paulo deixou o pessimismo de lado: o índice de condições econômicas atuais registrou aumento de 5,6%. Na avaliação do cenário econômico do País e da família em médio e longo prazos, o aumento do índice foi de 1,5%.

Os números mostram que as pesquisas apontam na mesma direção, de uma melhora gradativa nas condições econômicas dos lares, que, por sua vez, conseguem, aos poucos, acertar as contas em atraso e voltar ao consumo de forma mais saudável, ainda que esteja longe de um patamar confortável – mas a situação é melhor do que a vista ao longo do ano passado. Para melhorar a confiança, a intenção de consumo e a inadimplência, seria necessária uma combinação de fatores, como reduções dos juros e da inflação e geração mais forte de empregos formais.

A Federação também revela que, embora ainda haja grandes desafios pela frente, o quadro mais satisfatório deve ser comemorado. O empresário do comércio vai conferir, aos poucos, o consumidor reconquistando o apetite em consumir, aquecendo gradualmente a economia local.

Notas metodológicas

PEIC

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista. Em 2010, houve uma reestruturação do questionário para compor a pesquisa nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e, por isso, a atual série deve ser comparada a partir de 2010.O objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis tanto de endividamento quanto de inadimplência do consumidor. O endividamento é quando a família possui alguma dívida. Inadimplência é quando a dívida está em atraso. A pesquisa permite o acompanhamento dos principais tipos de dívida, do nível de comprometimento do comprador com as despesas e da percepção deste em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos, além de ter o detalhamento das informações por faixa de renda de dois grupos: renda inferior e acima dos dez salários mínimos.

ICF

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego Atual; Perspectiva Profissional; Renda Atual; Acesso ao Crédito; Nível de Consumo; Perspectiva de Consumo e Momento para Duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório, e acima de cem pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias, assim como para as instituições financeiras.

ICC

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados com aproximadamente 2,1 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura. Esses dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, se apresenta como: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

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