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Economia

Ex-presidentes do Banco Central criticam alta carga tributária em debate

Ajuste fiscal, PIB nacional e abertura aos negócios internacionais também foram debatidos no evento, promovido pelo Instituto Millenium

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Ex-presidentes do Banco Central criticam alta carga tributária em debate

Economistas falaram sobre medidas para a solução para a crise
(Rubens Chiri)
Por Deisy de Assis

O pessimismo diante da economia brasileira marcou o encontro entre três ex-presidentes do Banco Central do Brasil: Armínio Fraga, Gustavo Franco e Henrique Meirelles. Durante o debate, promovido nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Millenium com apoio da FecomercioSP, no Teatro Raul Cortez, as principais críticas foram contra a alta carga tributária no País.

“No Brasil, os tributos são superiores à média mundial”, afirmou Henrique Meirelles, que defende eventuais alterações de leis (e até mesmo constitucionais) para inverter a trajetória de elevação de impostos.

Para Armínio Fraga, o sistema de tributação é caótico. “O Brasil é ambiente de alto risco e isso tende a piorar. Para considerar que estão empurrando a situação ‘com a barriga’, é preciso melhorar muito ainda”, disse.

Segundo Meirelles, a questão interfere negativamente na criação de um ambiente competitivo para a produtividade brasileira, da mesma forma que a ausência de uma infraestrutura para logística e combate à burocracia para os negócios.

Ajuste fiscal

O tão falado ajuste fiscal, que tem sido a reivindicação de diversos setores da sociedade, foi outra questão abordada pelos economistas. “A prioridade é o ajuste fiscal e a viabilidade de melhor produtividade, com sustentabilidade”, disse Meirelles.

O risco dos gastos públicos superarem a quantia arrecadada com impostos em 2016 em função da ausência de um ajuste fiscal foi mencionado, e Fraga defendeu o corte de despesas, aliada à redução da carga tributária, para uma gestão de qualidade.

Abertura aos negócios

Gustavo Franco levou a discussão para o campo da abertura para os negócios no âmbito internacional e comparou o atraso do Brasil diante do progresso de países que compartilhavam de características brasileiras.

“A produtividade média do Brasil era de 18% a 19% do nível americano. Na Coreia, que era como o Brasil há 30 anos, por exemplo, esse nível já é de 61% do nível dos EUA”, disse Franco, que considera o País fechado para as cadeias de importações.

Medidas econômicas

Fraga disse considerar o Estado “grande demais, que arrecada 40% do PIB, sem serviço público de qualidade, corrupto e quase quebrado, movido a interesses partidários.”

Para o desenvolvimento, o economista aponta serem necessárias medidas macroeconômicas, com a retomada da disciplina para conter a inflação e melhorar o Produto Interno Bruto (PIB), e microeconômicas, com estratégias para aumentar a produtividade do País. “Precisamos de uma nova matriz que não se baseie em subsídios, desonerações, protecionismo e concentração e crédito pelo Poder Público”, afirmou o economista.

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