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Negócios

FecomercioSP projeta cenário econômico desafiador para o turismo de negócios em 2026

Em evento da Alagev, Entidade analisa juros, inflação, reformas e o comportamento do setor de viagens corporativas

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Durante evento, Guilherme Dietze apresenta dados da conjuntura nacional Durante evento, Guilherme Dietze apresenta dados da conjuntura nacional
Economia brasileira avança em ritmo inferior ao dos principais mercados globais Economia brasileira avança em ritmo inferior ao dos principais mercados globais
Apesar do quadro macroeconômico mais duro, o Turismo segue em curva ascendente Apesar do quadro macroeconômico mais duro, o Turismo segue em curva ascendente
Durante evento, Guilherme Dietze apresenta dados da conjuntura nacional
Economia brasileira avança em ritmo inferior ao dos principais mercados globais
Apesar do quadro macroeconômico mais duro, o Turismo segue em curva ascendente

O ambiente econômico brasileiro vive um período de contrastes: enquanto setores estratégicos enfrentam limitações estruturais, o Turismo — sobretudo o corporativo — mantém trajetória de expansão. Esse foi o eixo central da análise apresentada pelo presidente do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Guilherme Dietze, durante o tradicional café da manhã entre conselheiros e mantenedores da Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), realizado nesta quarta-feira (3), no Palácio Tangará, em São Paulo. 

Convidado como palestrante especial, Dietze apresentou projeções para 2025 e 2026 e detalhou os elementos que devem orientar o planejamento de empresas e lideranças do setor. O evento reuniu lideranças estratégicas da Alagev, conselheiros e mantenedores em um espaço de diálogo e atualização sobre tendências econômicas e perspectivas para o setor de viagens corporativas.

Crescimento limitado

Logo no início, Dietze destacou que a economia brasileira avança em ritmo inferior ao dos principais mercados globais. As estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional — 2,6% em 2025, 1,8% em 2026 e 1,9% em 2027 — ficam abaixo da média mundial projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). “O País cresce, mas cresce menos que nossos pares. Isso reduz competitividade, dificulta investimentos e exige atenção redobrada de quem toma decisões estratégicas”, afirmou. A combinação de taxa de juros elevada, crédito restrito e consumo comprimido compõe uma situação que limita a expansão de negócios.

Pressão fiscal

Ao abordar o quadro fiscal, Dietze apresentou dados que mostram deterioração nas contas públicas e aceleração da dívida. Mesmo com recordes sucessivos de arrecadação, o governo deve encerrar o ano com déficit próximo de R$ 41 bilhões. A dívida bruta, que representava cerca de 60% do PIB em 2015, está, hoje, próxima de 80%. “É o que chamo de estado febril. O País não vai quebrar, mas opera com mal-estar constante. Sem medidas de ajuste, como controle de gastos e melhora do resultado primário, esse quadro tende a se agravar”, analisou.

Dietze também apontou possíveis impactos da Reforma Tributária — especialmente para os Serviços e o Turismo, segmentos intensivos em mão de obra e menos beneficiados pelo sistema de créditos — e comentou os efeitos da tributação de dividendos, que pode estimular reorganizações societárias e mudanças no comportamento corporativo. Sobre o cenário eleitoral de 2026, avaliou que não deve haver sobressaltos. “Já conhecemos os candidatos e seus perfis. Isso reduz o temor de mudanças abruptas e evita volatilidade exagerada no câmbio ou nos fluxos de capital”, disse.

Turismo em alta

Apesar do quadro macroeconômico mais duro, o Turismo segue em curva ascendente. O volume de passageiros no País atingiu recordes históricos em 2024 e 2025, e o setor mantém demanda firme mesmo diante da queda do câmbio e do preço do querosene de aviação. O movimento pressiona tarifas e reduz espaço para negociações no mercado corporativo. “Temos uma demanda muito forte e uma oferta limitada. Isso vale para passagens, hotelaria e eventos. O resultado financeiro das empresas do setor deve continuar positivo justamente pela pressão da demanda”, explicou.

A hotelaria reforça essa conjuntura: a taxa de ocupação média passou de 60% para 61% e a diária média subiu de R$ 380 para R$ 420 — aumento real após descontar a inflação. No mercado de viagens corporativas, o levantamento da FecomercioSP aponta R$ 106 bilhões em gastos de janeiro a setembro, o maior volume da série histórica.

Projeções 2026

Para 2025, a FecomercioSP projeta crescimento real de 6,5% no setor de viagens corporativas, alcançando R$ 136,3 bilhões. Em 2026, o avanço esperado é de 6%, chegando a R$ 153 bilhões. “O Turismo destoa da economia. Enquanto outros setores enfrentam travas, o nosso segue quebrando recordes”, destacou Dietze.

Dentre os desafios para o ano que vem, o presidente do conselho citou a escassez de espaços para eventos — já com calendário praticamente esgotado em São Paulo —, o impacto dos feriados prolongados para a produtividade corporativa e a manutenção de preços elevados em razão da oferta limitada. Por outro lado, o calendário da Copa do Mundo deve gerar ativações e impulsionar viagens de incentivo, amenizando parte das restrições.

Ao encerrar a apresentação, Dietze reforçou a importância da cooperação entre entidades e dos dados qualificados para orientar decisões. “Nosso papel é munir o setor com informação precisa para atravessar um ambiente desafiador sem perder capacidade de crescimento. O Turismo brasileiro é resiliente e continuará avançando”, concluiu. 

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