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Negócios

Franquia e negócio próprio: diferenças e desafios

Empreendedor deve fazer planejamento e estudar mercado em que pretende atuar

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Franquia e negócio próprio: diferenças e desafios

FecomercioSP destaca a necessidade de ter em mente a motivação para empreender e o que se espera com a atividade
(Arte: TUTU)

A escolha de um modelo de negócios não é tarefa fácil e é comum empreendedores terem dúvidas sobre a escolha de abrir uma franquia ou criar uma marca e negócio próprios. Não existe resposta única, pois os dois tipos têm vantagens e desvantagens. O mais importante na análise da assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é que o empreendedor faça um planejamento e estude o mercado no qual pretende atuar, prevendo possíveis cenários.

A falta desse preparo e problemas na gestão empresarial explicam porque 23,4% dos pequenos negócios (MEI, ME, EPP) encerram as suas atividades até 2 anos da abertura, segundo dados do Sebrae. Mesmo com o alto índice de aberturas – em 2018 surgiram em média – 2,6 milhões de novas empresas no País – de acordo com levantamento da Boa Vista com base nos registros da Receita Federal, a taxa de mortalidade dos pequenos negócios é elevada.

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É preciso ter claro em mente a motivação para empreender e o que se espera com a nova atividade. A decisão pelo empreendedorismo pode ser por “necessidade”, quando a atividade é uma alternativa para geração de ocupação e renda, ou por “oportunidade”, caso das pessoas que iniciam um novo negócio mesmo quando possuem alternativas de emprego.

Scheila Regina Ribeirofaz parte do primeiro grupo. Ela estava desempregada e queriavoltar ao mercado de trabalho, e, ao mesmo tempo, ter tempo para cuidar do filho recém-nascido. Após muita pesquisa, ela achou a Mr. Kids, empresa especializada na venda de produtos infantis por meio de máquinas automáticas, e se tornou há um ano a primeira franqueada da rede em Cuiabá. Ela iniciou a franquia de vending machines na área de saída de um supermercado quando o bebê tinha apenas três meses. O baixo custo de implantação e a fácil operação do negócio também contribuíram na decisão de abrir a franquia.

“Buscava uma franquia que desse renda mensal sem a necessidade de contratar funcionários. Eu mesma faço a manutenção nas máquinas quando necessário e, atualmente, consigo ter renda mensal. Também recebo da rede o auxílio que preciso para cuidar da franquia e manter o negócio funcionando”, afirma.

As nano e micro franquias (com investimentos iniciais de R$ 25 mil a R$ 95 mil respectivamente) são modelos de negócios prontos e consolidados no mercado. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), as microfranquias registraram um crescimento de 8% em 2018 em relação ao ano anterior. Em 2017 haviam 545 marcas nessa modalidade, no ano passado elas somavam 589.

Na franquia há custos fixos que no negócio com marca própria não existirão, como o pagamento de royalties, taxa de franquia e recursos para investimento em marketing. Em compensação, esse modelo permite a negociação de preços melhores em rede. Além disso, esse tipo de empreendimento já tem plano de negócios próprio com um modelo padronizado, assistência de marketing e uma série de treinamentos.

O prazo de retorno de um investimento em nano ou micro franquia acaba sendo menor do que em uma empresa independente, uma vez que o suporte da franqueadora faz com que o negócio esteja maduro em um tempo menor. Nesses casos, o prazo de retorno do investimento pode variar entre 24 e 60 meses. A FecomercioSP recomenda que, assim como todo tipo de negócio, é preciso estudar a franquia que pretende adquirir e solicitar um estudo de viabilidade do franqueador.

Já no caso do empreendedor por oportunidade é indicado identificar uma necessidade de mercado para oferecer o seu produto ou serviço de forma diferenciada. Deve-se evitar negócios considerados da moda e sazonais, pois as vendas se concentram em determinados períodos.

Ter afinidade com o tipo do negócio é outro ponto importante a ser levado em consideração pelo empreendedor, pois isso evita a probabilidade de fracasso. Esse fator foi crucial para a abertura da Vertek Elevadores, fundada em janeiro de 2018 por dois profissionais com larga experiência – um com 13 e outro com 21 anos – no segmento de elevadores e escadas rolantes.

“Durante muitos anos foi-se amadurecendo a ideia de uma empresa própria. A iniciativa de abrir a Vertek partiu de um dos sócios tendo em vista as oportunidades que o mercado apresentava. Iniciamos o projeto fazendo a contratação de uma empresa de publicidade e propaganda que desenvolveu toda a marca, desde logotipo, passando por identidade visual, site, papelaria, uniformes, fachada, etc.”, lembra o diretor comercial, Bruno Viana.

A assessoria econômica da FecomercioSP ressalta que a construção da marca no mercado demanda tempo, mas cabe destacar que em um negócio próprio o empreendedor tem mais liberdade e flexibilidade para conduzir as atividades.

Em contrapartida, ele assume um risco maior, diferentemente da franquia. Neste aspecto, as decisões sobre o mix de produtos, localização, divulgação, preços, promoções e fornecedores dependem apenas do empreendedor. Neste modelo de negócio, o tempo de retorno do investimento acaba sendo maior do que o de uma franquia, até mesmo porque a empresa precisa primeiro se consolidar no mercado.

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