A disputa por profissionais qualificados já não é exclusividade das grandes empresas. Pequenos negócios também precisam de um plano de gestão para lidar com a escassez de talentos, especialmente em uma conjuntura na qual os trabalhadores têm novas expectativas e clareza sobre o que buscam — o que muitas organizações ainda não conseguem acompanhar. Essa é a análise da consultora Valeria Sepulveda, especialista em gestão de equipes e liderança, no mesacast Mercado & Perspectivas, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

“Muitas empresas, tanto do Varejo quanto da Indústria, ainda procuram profissionais com a mesma mentalidade de 30, 40 ou 50 anos atrás. Mas esse perfil já não atende mais às expectativas. Hoje, as pessoas buscam organizações que realmente as acolham, onde possam trabalhar e, ao mesmo tempo, visualizar oportunidades reais de crescimento. Isto é, querem entrar em uma empresa e conseguir enxergar claramente a trilha que podem percorrer para alcançar um cargo que esteja alinhado com os próprios interesses”, afirma Valeria. 

A consultora também reforça o papel das empresas para engajar e reter funcionários por meio do quadro de líderes. “Uma empresa que consegue, antes de tudo, engajar a sua liderança em torno dos próprios valores — e cuja liderança vivencia de forma genuína a cultura organizacional no dia a dia — tem nessa conexão uma ponte poderosa para crescer”, acrescenta. E ainda complementa: “Para reter talentos, é essencial que a liderança saiba distribuir as tarefas de forma alinhada com as habilidades de cada um. Também precisa reconhecer e valorizar o bom trabalho, além de se envolver genuinamente no desenvolvimento de quem ainda tem lacunas, seja de comportamento, seja de conhecimento técnico, ajudando essas pessoas a crescerem e assumirem novos desafios”. 

Por fim, Valeria comenta a respeito da importância do treinamento nesse processo. “Para os novos empregados, a empresa deve detalhar a jornada inicial, permitindo que conheçam as áreas e compreendam como tudo funciona. Aqui, incluo o que chamo de ‘cardápio do conhecimento’ — um conjunto de competências comportamentais essenciais, como comunicação assertiva, comunicação não violenta, feedback e gestão de conflitos. Isso é oferecer ferramentas para que eles iniciem a evolução comportamental desde o primeiro dia.” 

Assista ao mesacast na íntegra!