Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Sustentabilidade

Gestão especializada permite negócios para pequenos geradores de resíduos

Segundo o Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, as empresas que ainda não têm obrigatoriedade também devem investir na destinação correta desses materiais

Ajustar texto A+A-

Gestão especializada permite negócios para pequenos geradores de resíduos

Consultorias do segmento ajudam empresas a fazer a gestão de diversos tipos de resíduos
(Arte TUTU)

Por Deisy de Assis

Fazer negócios com os resíduos sólidos a partir de processos de gestão se tornou uma opção lucrativa para as companhias paulistanas consideradas grandes geradoras (que produzem 50 kg/dia ou mais de itens como plástico, alumínio, papel e entulho, além de lixo orgânico). Isso porque o Decreto Municipal nº 48.251/2007 determina que elas se responsabilizem pela destinação adequada desse material. A escolha, porém, é uma oportunidade que pode beneficiar também os pequenos geradores, se adquirirem a conduta, ainda que a legislação não estabeleça a obrigatoriedade. 

“Esse investimento é uma necessidade que, aplicada com empreendedorismo, contribuirá financeiramente para a empresa. Os empresários não precisam esperar que a regra se amplie para atuarem de forma correta”, comenta a assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Cristiane Cortez. 

De acordo com Francisco Luiz Biazini Filho, um dos sócios da Rede Resíduo, empresa especializada nesse tipo de gerenciamento, embora as normas vigorem apenas para grandes geradores, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituído pela Lei Federal nº 12.305/10, ressalta a importância do engajamento dos setores público e privado na promoção da sustentabilidade. 

“Essa necessidade fica ainda mais clara quando se constata que, em média, um terço do orçamento dos municípios brasileiros é gasto com a limpeza urbana. Se houvesse a gestão de resíduos em todas as esferas, esse dinheiro poderia estar sendo gasto com políticas públicas para saúde e educação, por exemplo”, ressalta Biazini Filho. 

A tecnologia a favor da sustentabilidade 

A Rede Resíduo tem essa visão desde sua criação, em 2006, no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) da Universidade de São Paulo (USP). Trata-se de uma plataforma on-line por meio da qual as empresas fazem contatos para a compra e venda de vários tipos de produtos, com controle de rastreabilidade do destino final. 

“Esta, porém, é a etapa final. Mais do que isso, a Rede oferece um serviço que vai desde o diagnóstico do que são esses materiais e as regras a serem cumpridas para se trabalhar com eles, até o cálculo de valores e as melhores possibilidades para a comercialização ou destinação. O que fazemos, portanto, é criar um “ecossistema” de logística reversa”, explica Ricardo Oliani, que atua na área de responsabilidade social da companhia. 

Mercado 

Ele comenta que o que muitas empresas veem como lixo é na verdade uma commodity com potencial financeiro que pode agregar às instituições de diversas áreas, com a venda de seus materiais, além de fomentar os negócios nos segmentos de logística e transporte, de incineração e reciclagem. 

“Registramos um crescimento anual que varia de 20% a 30%. Pode parecer muito, porém, é um volume baixo se considerarmos a quantidade de resíduos que é gerada todos os dias, sem ser submetida aos processos de gerenciamento”, diz Oliani, que afirma faltar maturidade para a expansão do segmento no País. 

Os números mais recentes apurados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) comprovam a constatação de Oliani. Segundo a entidade, mais de 41% das 78,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos geradas no Brasil em 2014 foram parar em lixões ou aterros. 

Perspectivas

Para este ano a empresa não espera manter a média anual de crescimento, uma vez que a crise econômica gera insegurança e interfere na tomada de decisão por investimentos, especialmente os que fogem da atuação específica da empresa. 

O argumento de Oliani condiz com o constatado no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), apurado mensalmente pela FecomercioSP. O mais recente mostra que embora em junho a confiança do empresário tenha apresentado aumento de 6,1% em comparação a maio, essa foi a primeira alta expressiva desde outubro de 2013, quando o indicador registrou crescimento de 7,4%. 

Segundo a Federação, as medidas apresentadas pelo atual governo, até o momento, parecem estar animando consumidores e empresários. 

A Rede Resíduo estima números mais positivos somente para o ano que vem. “Nossa perspectiva é que voltemos a crescer até 30% a partir de 2017, quando esperamos uma retomada da segurança nas empresas.”

Fechar (X)