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Imprensa

Inadimplência cai pelo segundo mês seguido em São Paulo, apesar de aumento do endividamento

Cartão de crédito corresponde a 75,6% das dívidas das famílias paulistanas; confiança no consumo cresce timidamente nos primeiros meses de 2021

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Seguindo uma tendência de queda desde o começo do ano, a inadimplência das famílias na cidade de São Paulo caiu 0,5 ponto porcentual, fechando fevereiro em 18,2% (era 18,7% em janeiro de 2021 e 18,9% em dezembro de 2020) — mesmo em um cenário de aumento do endividamento pelo quinto mês seguido, agora atingindo 59,2% das famílias paulistanas. Por fim, o volume de lares que estão sem condições de pagar as dívidas é o mesmo desde outubro: 8,3%. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
 
Em números absolutos, há 2,35 milhões de residências com alguma dívida, sendo que, dentro deles, 721 mil estão com ao menos uma conta atrasada.
 
A pesquisa mostra ainda que a fatura do cartão de crédito atingiu a maior proporção entre as contas das famílias endividadas desde 2012, ficando em 75,6% das dívidas em fevereiro. O número corrobora o aumento da concessão de 4,4% desse tipo de crédito no último trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior — e de 18,3% em comparação ao terceiro trimestre.
 
O aumento do endividamento, para a FecomercioSP, é um indicativo para o contexto econômico desfavorável do começo do ano, com as incertezas em torno de um novo auxílio emergencial, a inflação dos alimentos (que foi de 10,92% em 2020), a queda na renda e, em muitos setores, o crescimento do desemprego. Por outro lado, o cenário estável de fevereiro — e semelhante ao mesmo mês de 2020, isto é, antes da pandemia — sugere uma recuperação ainda lenta.
 
Confiança cresce timidamente

O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) na cidade de São Paulo registrou alta de 1,1% entre janeiro e fevereiro – e fechará o mês com 73,8 pontos, a sexta alta seguida desde agosto passado, quando estava em 61,3 pontos. O aumento tímido foi puxado novamente pela variável de intenção de compra de bens duráveis, que foi de 51,4 pontos em janeiro para 53,9 agora – aumento de 4,9%. Ela já tinha subido 7,4% entre dezembro de 2020 e janeiro deste ano.

Apesar disso, ela segue sendo a pior pontuação entre os sete componentes do índice. Ao contrário de janeiro, em fevereiro o que se notou é um aumento da confiança das famílias pelo acesso ao crédito — como já mostra a PEIC —, cuja variável subiu 2,4%, ficando em 95,9 pontos (era 93,7 em janeiro).
 
Em comparação com fevereiro de 2020, no entanto, antes do início da pandemia de covid-19, o ICF registra queda significativa de 30,8%. À época, o indicador registrava 106,8 pontos.
 
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), porém, ficou praticamente imóvel, subindo 0,1% entre janeiro e fevereiro, depois de crescer 3,9% no intervalo anterior. O indicador fechará este mês em 116,2 pontos, ainda a melhor pontuação desde março de 2020, quando apontava 124,6.

Na comparação anual, porém, a queda cresceu: -11,8% entre fevereiro de 2020 e o mesmo mês deste ano.
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Notas metodológicas

ICF
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente
pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego Atual; Perspectiva Profissional; Renda Atual; Acesso ao Crédito; Nível de Consumo; Perspectiva de Consumo e Momento para Duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de 100 pontos é considerado insatisfatório, e acima de cem pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias, assim como para as instituições financeiras.
 
ICC
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados com aproximadamente 2,1 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura. Esses dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, se apresenta como: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

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