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Imprensa

Inadimplência das famílias paulistanas com renda de até 10 salários mínimos cresce pelo quarto mês consecutivo em maio

Segundo a FecomercioSP, para essa faixa de renda, 25% das famílias têm alguma conta em atraso e 12,2% não terão condições de pagá-las no próximo mês, o maior patamar da série histórica

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São Paulo, 13 de junho de 2018 – Em maio, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mostrou que 51,1% das famílias na cidade de São Paulo possuem alguma dívida, queda de 2,4 pontos porcentuais (p.p.) em relação a abril (53,5%) e de 1,3 p.p. na comparação com o mesmo mês do ano passado (52,4%). Em termos absolutos, isso significa que 1,99 milhão de famílias paulistanas estão endividadas.

A taxa de inadimplência, ou seja, a proporção de famílias que não conseguiram quitar suas dívidas até a data de vencimento permaneceu tecnicamente estável, ao passar de 19,4% em abril para 19,3% em maio, o que representa que 751,3 mil famílias estão nessa situação. Na segmentação por faixa de renda, o quadro é mais delicado para as famílias que ganham até dez salários mínimos (SM), cuja parcela de inadimplentes subiu pelo quarto mês consecutivo e atingiu 25%, taxa muito próxima à máxima histórica – de 25,3% alcançada em novembro de 2017.

Quando questionadas se terão condições de pagar as contas em atraso no próximo mês, 9% das famílias entrevistadas responderam negativamente, estável em relação a abril (9,1%) e 0,9 p.p. superior ao apurado em maio de 2017. Para as famílias que ganham até dez SM, a parcela de famílias nessa situação subiu 1 p.p. na passagem de abril para maio atingindo 12,2%, o maior patamar da série histórica iniciada em 2010.

No caso das famílias com renda superior a dez SM, o porcentual de inadimplentes caiu tanto na comparação mensal quanto anual. Em maio, a taxa foi de 6,7%, abaixo dos 7,5% vistos em abril e maio do ano passado. A parcela que não terá condições de pagar também caiu, de 3,9% em abril para 2,7% em maio.

A PEIC também revelou um aumento no tempo médio de pagamento das contas em atraso, que passou de 62 dias em maio 2017 para 66 dias neste ano. Além disso, a maior parte das famílias está com contas em atraso acima de 90 dias (54,3%), enquanto a parcela de até 30 dias e entre 30 e 90 dias foi de 21,7% e 22,6%, respectivamente.

Ainda que os resultados de maio tragam um sinal de alerta para a inadimplência, principalmente para as famílias de menor renda, a assessoria econômica da FecomercioSP ainda não vê riscos, uma vez que o sistema financeiro monitora e antecipa um possível descontrole da inadimplência aumentando a seletividade na concessão de crédito, o que ainda não aconteceu, segundo dados do Banco Central.

Para a Entidade, o resultado da PEIC de maio ainda não indica uma redução de consumo, haja vista que as demais pesquisas da FecomercioSP apresentam uma continuidade no crescimento das vendas na capital paulista. Entretanto, se houver o avanço da inadimplência, considerando um ritmo mais lento da economia, pode haver o impacto no comércio varejista no médio prazo.

Tipo de dívida
Pelo quarto mês seguido, houve redução na proporção de endividados no cartão de crédito. Em maio, o porcentual passou de 72,9% em abril para 70,2%. No mesmo mês de 2017, a parcela era de 73,2%. Os carnês ficaram na segunda posição entre as modalidades mais utilizadas pelos consumidores, com 15%; na sequência, o financiamento de carro, com 13,7%; crédito pessoal, com 10,5%; e financiamento de casa, com 10,1%.

Metodologia
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista.

O objetivo da PEIC é diagnosticar o nível de endividamento e de inadimplência do consumidor. A partir das informações coletadas, são apurados importantes indicadores: nível de endividamento, porcentual de inadimplentes, intenção de pagamento de dívidas em atraso e nível de comprometimento da renda. Tais indicadores são observados considerando duas faixas de renda.

A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do comprador com as dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos.

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