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Editorial

Instabilidade econômica influencia paulistano em relação à qualidade de vida

Realizada pelo IBOPE Inteligência, pesquisa da Rede Nossa São Paulo e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) revela que a qualidade de vida na capital piorou para 36% dos paulistanos em 2015

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São Paulo, 20 de janeiro de 2016 - A atual conjuntura econômica, somada ao pessimismo do paulistano com relação ao futuro do País, tem influenciado o nível de satisfação do morador com relação à cidade de São Paulo. De acordo com a sétima edição da pesquisa Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM), lançada nesta semana, pela Rede Nossa São Paulo e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 36% da população afirma que a qualidade de vida na capital piorou (muito ou um pouco) em 2015, contra 13% observado no ano anterior.

Realizada pelo IBOPE Inteligência, o IRBEM revela o nível de satisfação dos paulistanos em relação à qualidade de vida e ao bem-estar em São Paulo. A pesquisa aborda 25 temas, tanto os relacionados às condições objetivas de vida na cidade - nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, habitação, trabalho, etc. - quanto os ligados a questões subjetivas, como sexualidade, espiritualidade, consumo, lazer, entre outros.

O levantamento traz ainda o nível de confiança da população nas instituições (prefeitura, Câmara Municipal, Polícia Militar, Tribunal de Contas, Poder Judiciário etc.) e a avaliação dos serviços públicos. Tempo de espera por consultas médicas (nos sistemas público e privado) e tempo de espera nos pontos de ônibus são algumas das perguntas que compõem a pesquisa.

No índice atrelado à segurança, 92% dos entrevistados avaliam a cidade pouco ou nada segura, ante 89% constatados em 2014. Os principais medos dos paulistanos continuam sendo, nesta ordem: violência em geral, assalto/roubo e tráfico de drogas.

Com relação à possibilidade de viver ou não em outra cidade, 68% dos entrevistados declaram que se mudaria de São Paulo se pudessem. Em 2014, esse porcentual chegou a 57%.

Por outro lado, quando questionados sobre ações e medidas importantes para diminuir a violência na cidade, 34% acreditam que seria importante combater a corrupção na polícia e nos presídios; 33% afirma que é aumentar o número de policiais nas ruas; 30% acham que o ideal é investir em educação de qualidade para jovens de baixa renda; e 29% entendem que o melhor seria criar oportunidades de trabalho para jovens de baixa renda.

Quando analisada a percepção do paulistano com relação às instituições, observa-se que 56% consideram ruim ou péssima a atual administração municipal, contra 40% registrados em 2014.

A Câmara Municipal também foi avaliada por 71% dos entrevistados como ruim ou péssima, ante 55% apresentados na pesquisa anterior. Já as instituições consideradas mais confiáveis para os paulistanos destacam: Bombeiros, Correios e Igreja.

Segundo o estudo, as instituições que mais contribuem para melhorar a qualidade de vida na cidade são: Igreja (34%), Meios de Comunicação (23%) e ONGs que trabalham em seu bairro (23%).

A crise hídrica também foi um dos temas abordados no IRBEM. A pesquisa revela que 67% avaliam que a Sabesp é a principal responsável pelo abastecimento de água do município (ante 61% na edição anterior) e 23% atribuem essa responsabilidade ao Governo do Estado de São Paulo (ante 30% no ano passado). São 45% os que creditam a crise à falta de planejamento do governo estadual; 19% à falta de planejamento da Sabesp; 18% à falta de chuvas; e 4% ao desmatamento da Amazônia.

De acordo com o IRBEM, 72% dos paulistanos acreditam que ainda correm grande risco de ficarem sem água por longos períodos nos próximos meses, contra 7% que entendem que esse risco não é eminente.

Quando o assunto é saúde, observa-se que vem aumentando ao longo dos anos o porcentual de paulistanos que afirmam utilizar algum tipo de serviço de saúde pública nos últimos 12 meses. Nesta edição da pesquisa, o número fica em 74%, ante 72% no ano anterior. Entre os que afirmam utilizar, houve discreta melhora nas notas dadas aos serviços oferecidos.

Já o tempo de espera para consultas no sistema público de saúde passa de 56 para 82 dias. Para exames, sobe de 78 para 98 dias, e para procedimentos mais complexos, de 169 para 186 dias.

Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município

Dos 169 itens avaliados (com notas que poderiam variar de 1 a 10), 150 (89%) ficam abaixo da média da escala (5,5); 16 (9%) ficam acima; e 3 (2%) ficam na média. Na edição anterior da pesquisa, os resultados eram: 139 (82%) abaixo da média; 28 (17%) acima; e 2 (1%) na média.

A edição atual da pesquisa é a terceira a considerar a mudança do critério do principal indicador do estudo, o Índice de Bem-Estar da Cidade de São Paulo. Esse índice é calculado com base na importância e na satisfação das 25 áreas de avaliação, e teve como resultado 4,7, ante os 5,1 do ano passado.

As áreas de maior insatisfação estão diretamente relacionadas às instituições governamentais, tais como infância e adolescência, transporte e trânsito, acessibilidade para pessoas com deficiência, segurança, assistência social, desigualdade social, transparência e participação política.

Já saúde e educação mantêm um grau de satisfação que não corresponde à importância atribuída a elas para a qualidade de vida do cidadão paulistano. Ambas permanecem em patamar baixo e apresentam queda: saúde (4,5) e educação (4,1).

Das 25 áreas analisadas, apenas "relações com animais" permaneceu com a mesma média do ano passado. Todas as demais, com exceção de religião e espiritualidade, sofrem queda significativa.

A pesquisa foi realizada entres os dias 30 de novembro e 18 de dezembro de 2015 com 1.512 moradores da cidade de São Paulo, com 16 anos de idade ou mais. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.

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