Imprensa
29/07/2016Intenção de financiamento das famílias cai 8,5% em julho motivada pela piora nas condições de crédito, renda e emprego
Segundo a FecomercioSP, os consumidores continuam conservadores em tomar crédito devido à crise econômica
São Paulo, 29 de julho de 2016 - Após registrar aumento em junho, o Índice de Intenção de Financiamento voltou a recuar em julho e atingiu 14,7 pontos, queda de 8,5% na comparação mensal. Em relação ao mesmo mês de 2015, quando o indicador registrou 18,3 pontos, o recuo foi de 19,5%, o que evidencia o comportamento conservador na demanda por crédito e mostra que apenas 6,8% dos consumidores entrevistados estão dispostos a tomar empréstimos neste momento de crise.
Os dados são da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade do consumidor de pagar dívidas, apresentou queda de 6,4% em julho na comparação com junho e atingiu 79,7 pontos. Já no comparativo anual mostrou recuo menor de 3,4%. Entre os endividados, o índice teve retração mensal de 7,8%, enquanto, entre os não endividados, registrou queda de 2,9%.
De acordo com a FecomercioSP, ainda existe o risco de aumento da inadimplência caso o desemprego suba ainda mais neste ano. Toda estratégia de controle de gastos e corte de despesas tem limites, e as famílias podem estar chegando próximo de atingi-lo. A situação não é mais grave porque o brasileiro é relativamente avesso à tomada de empréstimos, seja por pessoa física ou jurídica, quando comparado a outras nacionalidades.
Em partes isso é cultural, mas em grande medida decorre de outros problemas, como taxas de juros exorbitantes, inflação alta e com histórico muito complicado no passado e patamar de renda média ainda reduzida no lado da pessoa física. Para pessoas jurídicas pesa a incerteza das garantias legais de quem empresta, o que eleva ainda mais a já altíssima taxa de juros.
Aplicações
A poupança continua sendo a aplicação preferida dos paulistanos, mas tem perdido espaço para a renda fixa, por conta da inflação e da Selic elevadas. Em julho, 62,9% das famílias tinham na poupança o principal destino dos seus recursos. Em julho de 2015, a proporção era de 69,4%. Segundo a Federação, a renda fixa e a previdência privada avançam, como era de se esperar diante de juros nominais de 14,25% e do envelhecimento da população.
A proporção de investidores cuja principal aplicação é a renda fixa atingiu 20,4%, ante 16,4% no mesmo mês de 2015. No caso da previdência privada, a parcela passou de 6,2% para 8,4% no mesmo período.
Para a FecomercioSP, os juros altos dos últimos meses fizeram com que uma parte dos poupadores optasse por aplicações mais rentáveis e tão seguras quanto a poupança - renda fixa, principalmente.
No futuro próximo, a Entidade pondera que a tendência é de que os juros básicos sejam reduzidos e é possível que os poupadores voltem a apostar na segurança da caderneta. Por outro lado, muitos aplicadores tendem a ser resistentes a mudar de aplicação no curto prazo, o que deve manter o atual quadro com alterações apenas leves nos próximos meses.
Sobre a PRIE
A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) - apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) - tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, o que gera um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.
Todos os direitos patrimoniais relativos ao conteúdo desta obra são de propriedade exclusiva da FECOMERCIO-SP, nos termos da Lei nº 9.610/98 e demais disposições legais aplicáveis à espécie. A reprodução total ou parcial é proibida sem autorização.
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/noticia/intencao-de-financiamento-das-familias-cai-8-5-em-julho-motivada-pela-piora-nas-condicoes-de-credito-renda-e-emprego
Notícias relacionadas
-
Economia
Endividamento em São Paulo cai pelo segundo mês seguido, mas um terço da renda segue comprometida
Inadimplência também ficou no mesmo patamar de janeiro, atingido duas em cada dez famílias; intenção de consumo sobe 14% em um ano
-
Economia
Turismo brasileiro cresce quase 8% e consolida recuperação
LegislaçãoLimitação de transferência de crédito no Simples Nacional
EconomiaTransportes sobem quase 5% em 12 meses, mas custo de vida na RMSP desacelera