A quantidade de mulheres assumindo papéis de liderança e lançando os próprios negócios vem crescendo no Brasil. Atualmente, cerca de 10 milhões delas estão à frente de 34,4% de empresas no País. Os Serviços são os responsáveis pela maior participação feminina (53%), seguidos pelo Comércio (27%). Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de 2022.

O número é o maior já registrado desde janeiro de 2012, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). 

Como parte da série de conteúdos inspiradores da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) para a Semana do Empreendedorismo Feminino, conheça, a seguir, histórias de três mulheres cujos negócios geram impacto positivo em diferentes áreas.

As entrevistas foram realizadas durante a EuroLeads 2021, maior conferência para estudantes brasileiros na Europa promovida pela Brasa, rede de alunos espalhados por América do Norte, Europa e Ásia.

Leitura democratizada 

Danielle Brants é cofundadora da Árvore Educação, edtech que democratiza a leitura por meio de um aplicativo que oferece um acervo de 30 mil livros e publicações a escolas públicas e privadas. Danielle também foi reconhecida pelo MIT Tech Review como “Innovator under 35” e pela Folha de S.Paulo com o Prêmio Empreendedor Social do Ano, em resposta à covid-19.

“A nossa missão é fomentar uma nova geração de leitores para o País. Além do trabalho conjunto com as secretarias de Educação, temos parceria com cerca de 500 editoras. Por meio do aplicativo, levamos uma biblioteca a alunos de todas as regiões do território nacional. A tecnologia está ajudando a escola a se transformar.”

Inovação no sistema de saúde

Mariane Melo foi eleita uma das personalidades influentes da Forbes Under 30 de 2021. É chief medical officer da DemDex, healthtech inglesa que ajuda profissionais de saúde na tomada de decisões clínicas.

“A pandemia transformou a forma como a população enxerga a saúde. Na Inglaterra, agora, a maioria das consultas é feita de forma remota, por meio de diversos tipos de tecnologia e plataformas para filtrar os clientes. Vimos o aumento da autonomia das enfermeiras, que solicitam mais exames do que antes, e diminuímos o tempo de espera do paciente em 10% e o tempo para tratamento em 30%.”

Educação técnica como foco

Camila Achutti é CEO da Mastertech, escola de educação em tecnologia e transformação digital. Em 2010, lançou o blog Mulheres na Computação.

“Antes da universidade, precisamos resgatar o ensino profissionalizante. A primeira versão de modelo de negócio da Mastertech, como escola, oferece justamente essa alternativa mais ‘enxuta’. Buscamos também dar espaço às mulheres da matemática, da física e das ciências, avançando mais na diversidade e ajustando a dosagem de talento.”