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Sustentabilidade

Novo portal de Logística Reversa da FecomercioSP prepara comerciante para aderir ao sistema e receber produtos pós-consumo de seus clientes

Plataforma, lançada nesta terça-feira (6/6) na sede da Entidade, conta ainda com informações detalhadas sobre o tema com o intuito de municiar sindicatos e consumidores para serem protagonistas no circuito

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São Paulo, 6 de junho de 2017 - A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por meio do Conselho de Sustentabilidade, lançou, nesta terça-feira (6/6), seu novo portal sobre Logística Reversa, destinado a consumidores, comerciantes e sindicatos, trazendo informações detalhadas para que o comércio possa participar dos termos de compromisso de sistemas de Logística Reversa no Estado de São Paulo, bem como se preparar para receber de seus clientes pilhas, baterias portáteis e baterias de chumbo ácido pós-consumo. A plataforma pode ser acessada pelo link: www.fecomercio.com.br/projeto-especial/logistica-reversa/.

A abertura do evento contou com a presença do presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, professor José Goldemberg, que salientou a importância do compromisso firmado entre a Entidade e a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMASP) para viabilizar a Logística Reversa. "A Federação, que dialoga com todos os setores, tem funcionado como o algodão em meio a cristais para auxiliar os tratamentos entre as empresas, secretarias e população em geral. O papel que tentamos exercer com os órgãos reguladores tem sido importante para criar e desenvolver as medidas voltadas à melhoria do meio ambiente", apontou.

Segundo o secretário-adjunto da SMASP, Antônio Velloso, existe otimismo para a melhoria do tratamento do lixo no Estado, pois tanto a comunidade geral como os prefeitos se interessam pela causa. "A Logística Reversa é fundamental para acabarmos com os lixões e aumentar a vida útil dos aterros, porque diminui o volume do lixo e impede que o que ainda pode ser utilizado ou reciclado não seja descartado", afirmou. Para Velloso, cada setor deve aderir à Logística Reversa e solucionar a problemática do lixo, que é oneroso para o curto orçamento dos municípios e prejudicial para o meio ambiente.

Além do compromisso com a sustentabilidade, a Logística Reversa pode abrir caminho para o empreendedorismo, pois existem oportunidades de negócios, desde recolhimento dos resíduos, transporte, manuseio e revenda desses produtos. Para o gerente do Departamento de Políticas Públicas de Resíduos Sólidos e Eficiência dos Recursos Naturais da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Flávio de Miranda Ribeiro, São Paulo tem todas as possibilidades para se tornar referência na área para os outros estados do Brasil e outros países. "Nossa pretensão é fazer do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) uma política de desenvolvimento para São Paulo para, em 15 anos, o Estado se tornar um hub [concentrador] de valorização de resíduos para a América Latina", afirmou. Ribeiro trouxe ainda as ações já realizadas desde a Resolução n º 045/2015 da SMASP, em São Paulo.

Segundo o gerente da Cetesb, houve avanço na postura empresarial, com crescente adesão aos termos de compromisso. "Houve a criação de quatro gerenciadoras, com participação de 34 entidades e 3.816 empresas", pontuou. Ainda de acordo com Ribeiro, todos os sistemas aumentaram anualmente a coleta, superaram as metas e, até o fim de 2014, um total de 1,3 milhão de toneladas de resíduos foram coletados.

Pilhas e baterias
A nova plataforma desenvolvida pela FecomercioSP conta também com abas (páginas) especiais destinadas aos segmentos de pilhas e baterias portáteis e baterias de chumbo ácido, que já contam com termos de compromisso assinados em dezembro de 2016 e com vigência até 2020. Na ferramenta, os comerciantes podem aderir aos sistemas de Logística Reversa, e os sindicatos, bem como seus representados e os consumidores, podem se informar por meio da cartilha de Logística Reversa, desenvolvida pela Federação. Também é possível acessar na íntegra os termos de compromisso, além de consultar os pontos mais próximos de coletas dos produtos.

Segundo o diretor do departamento de Sustentabilidade da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), João Carlos Redondo, a Logística Reversa deve fazer parte da vida de todo mundo, já que a tecnologia é uma realidade utilizada por todos e que necessita ser descartada de maneira correta. "Quando compramos pilhas de fontes clandestinas, que já representam 50% do mercado nacional, achamos que temos vantagens financeiras, mas não temos ideia de como aquilo foi produzido e quais componentes levamos para nossa casa", apontou. Outra questão importante são as urnas de coleta disponíveis no comércio, muitas vezes tratadas como apenas lixeiras comuns. "Na Abinee, recolhemos muitas urnas com restos de comida, fraldas de bebês e outros objetos que não têm relação com pilhas ou baterias portáteis. Então, o que precisamos é que todos os agentes se tornem responsáveis pela Logística Reversa no País. A indústria fabricando produtos menos agressivos ao meio ambiente; o consumidor escolhendo com responsabilidade seus produtos e os descartando de maneira correta; o empresário disponibilizando pontos de coleta de resíduos em seu estabelecimento, além de viabilizar seu destino correto; e o Poder Público desenvolvendo políticas públicas que facilitem o funcionamento do sistema e fiscalizando os descumpridores das leis", concluiu Redondo.

Existem uma série de desafios que dificultam a aplicação da Logística Reversa em São Paulo, como o alto custo e o desconhecimento das práticas. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Baterias Automotivas e Industriais (Abrabat), Carlos Zaim, já no início das operações desenvolvidas pela entidade as dificuldades se mostraram presentes. "Percebi que nem metade das baterias produzidas pela indústria voltava para a reciclagem. Tive de ir ao comerciante para entender seus anseios e educá-lo para praticar a Logística Reversa. Hoje, minha empresa, por exemplo, recebe do comércio a mesma quantidade de bateria que produz", afirmou. A Abrabat conta com 10 mil pontos de coletas no Estado de São Paulo e outros 40 mil em âmbito nacional.

Ao auxiliar as empresas na adoção do sistema de Logística Reversa, o Instituto Brasileiro de Energia Reciclável (Iber) faz a ponte entre as entidades reguladoras, o termo de compromisso do setor de baterias de chumbo ácido já assinado e os estabelecimentos comerciais. "Também pretendemos prestar assessoria técnica para as empresas melhorarem seus sistemas, além de acompanharmos cada uma das etapas, desde a coleta até a reciclagem dos produtos", afirmou a diretora-executiva do Iber, Amanda Vieira Queiroz Schneiderm.

Para a assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, Cristiane Lima Cortez, a ambição é chegar em 2020 com a presença de urnas coletoras em todos os estabelecimentos comerciais dos 645 municípios de São Paulo. "Além disso, desejamos que as novas gerações já nasçam educadas a destinar corretamente pilhas e baterias, além de outros resíduos", concluiu. A plataforma auxilia consumidores, empresas e sindicatos na adoção da Logística Reversa, e dúvidas podem ser enviadas para o e-mail: logisticareversa@fecomercio.com.br, que serão respondidas pela equipe da Federação.

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