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Economia

Otaviano Canuto e Pedro Henrique de Cristo debatem a eficiência das políticas públicas

Para especialistas, políticas bem-sucedidas mudam comportamentos e são interdisciplinares

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Otaviano Canuto e Pedro Henrique de Cristo debatem a eficiência das políticas públicas

Otaviano Canuto (à esquerda) e Pedro Henrique de Cristo dizem que sociedade quer Estado eficiente, não necessariamente mínimo ou grande 
(Tutu)

Políticas públicas bem-sucedidas são interdisciplinares e capazes de mudar o comportamento das pessoas. Essa é a síntese do debate promovido pelo UM BRASIL com o diretor executivo do Banco Mundial, Otaviano Canuto, e o fundador do Movimento Brasil 21, Pedro Henrique de Cristo, sobre a eficiência das políticas públicas para alterar realidades complexas.

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De acordo com Canuto, o comportamento dos cidadãos é influenciado por incentivos proporcionados pela adoção de determinada política social. Dessa maneira, a política pública precisa mostrar com clareza os ganhos que trará para a sociedade.

“As políticas bem-sucedidas mudam o comportamento das pessoas. Para isso, as pessoas devem enxergar qual o ganho que elas têm em segui-las. No jargão de economistas, tem que ter incentivos microeconômicos para cada um dos agentes envolvidos que os induza a seguir aquilo que é necessário para que a política tenha resultado”, diz o diretor-executivo do Banco Mundial.

Com esse raciocínio, Canuto diz que os cidadãos não vivem em uma dicotomia de que se é melhor um país com mais ou menos presença do Estado em suas vidas. No ambiente de negócios, o pensamento é o mesmo.

“As pessoas não querem mais ou menos Estado. Elas querem apenas um Estado que funcione. Um Estado que não seja um peso em seus negócios”, afirma Canuto.

Para Pedro Henrique de Cristo, no Brasil ainda é forte a ideia de que o orçamento público deve ser feito dividindo os recursos por pastas, quando muitos projetos públicos são interdisciplinares, não pertencendo a apenas um departamento.

“O que vemos é que os maiores desafios do mundo são interdisciplinares. Temos dois problemas muito graves: a nossa educação é feita para se aprender mais e mais sobre menos e menos [assuntos] e as estruturas governamentais são organizadas por departamentos, ou seja, feudos. O que poderíamos começar a pensar é o orçamento não por departamento, mas por projetos”, ressalta Pedro Henrique.

O fundador do Movimento Brasil 21 também diz que o País precisa passar por reformas estruturais – como nas áreas de educação, saúde e tributária – para conseguir praticar políticas públicas mais eficientes. Contudo, reconhece que pautas desse tipo necessitam de apoio de diversos estratos da sociedade.

“Temos que construir a densidade social para ter reformas de Estado. Esses tipos de reformas só acontecem quando membros de partidos e orientações diferentes trabalham nessa agenda comum. Esse é o grande esforço que temos que fazer para integrar nossas gerações, profissões e classes sociais”, diz.

A entrevista faz parte da série “Diálogos que Conectam”, realizada pelo UM BRASIL em parceria com a Brazil Conference – evento realizado anualmente por alunos brasileiros da Harvard University e do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

Confira na íntegra abaixo:

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